Joseanne...
Um último texto, a última lembrança, o fim de um ciclo...
Querido diário ou qualquer coisa parecida! Era uma vez uma “instórria” centrada na figura de uma jovem chamada Joseanne, um nome forte, daqueles dos quais nunca se esquece. Possivelmente pediria que lhe tratassem apenas como Annie, gostava do apelido, era como deveriam lhe chamar.
Era... Uma outra vez um indivíduo que atendia pelo nome de Rafael, sujeito um tanto sonhador, verdadeiro arrogante sociopata, perigoso poeta do fingir. Algumas horas muito calmo, outras podia adotar das facetas mais miraculosas. Capaz de amar com a pureza do coração de uma criança e ferir com o célebre ódio imortal.
Joseanne se apresentava como uma personagem graciosa, na forma de garota introspectiva, é assim que muitos lhe enxergavam e a definiam. Interessante perfil de morena alta, corpo escultural, quando observada, logo de cara saltam aos olhos seus quadris largos, preenchidos pelas pernas, realmente estonteantes. O rosto continha uma beleza especial, real criatura do espaço. Apenas nobres sabiam apreciar sua formosura, com os belos olhos estabelecendo o contraste perfeito a sua boca, lábios ardentes, provocante pecado, toda cheia de charme. Apesar da fachada contida e ingênua, a cada olhar despertava enorme desejo, o fogo da paixão, estereótipo de inocente menina fatal, carisma infante, encarnado a uma beleza de mulher.
A relação direta entre os tais, somente está intrínseca na diferença que os separam. Muito distantes, apenas próximos pelo sentimento de discórdia que os rodeiam, a nostalgia de uma grande amizade, inimigos vorazmente ligados ao sacrifício um do outro. Uma vez unidos, amaram além do que o sentimento pode ofertar, também odiaram mais que seus corações permitiram. O mal quando envolve é o mesmo bem que destrói. Nunca viveram um pelo outro, apenas padecem da culpa de serem tão diferentemente iguais, mas parecidos em sua própria ignorância cega, impotente essência abstrata do medo, amantes mórbidos pelo pecado singelo, frio e tênue bem querer.
Agora juntos de novo... Aproxima-se o instante de se separarem novamente. Em seus últimos momentos, acúmulo de acusações e discórdia, conjunto de dor e saudades, envoltos pelo engano da incerteza. Cada qual amaldiçoa a existência do outro e se rendem ao real estímulo de prazer que padecem... Começando por Joseanne, a se aproximar lentamente, Rafael lhe tocava os cabelos, agora bem próximos seus lábios novamente se entrecruzavam, e um beijo, pela última vez, aconteceu, aquele estava fadado a ser o derradeiro, pena porque, o mundo não parou...
Quem um dia ousará dizer não existirem razões nas coisas feitas pelo coração... Aquela altura, o céu e os pássaros, todo horizonte, contemplavam o testemunho do fim desse amor, que um dia resolveu rebelar-se entre eles e agora, enfim liberto, é poderoso por abstrair da sua fragilidade, a terrível pureza natural de sua loucura. Rafael e Joseanne nunca saberão, sem querer traçaram um belíssimo desenho no espaço longínquo.