O AVISO DE MORTE

   A imensa sala estava vazia, não sei como, mas era um castelo. Como fui parar ali também não sei explicar. Imensas portas e janelas, todas bem trabalhadas e de uma fineza impressionante. As cortinas em algumas janelas davam um ar de graça ao luxuoso ambiente. O piso era de mármore com detalhes coloridos, o que fez minha vista "passear" por todos os cantos. Mas enfim o que significava isso? O que eu estaria fazendo naquele suntuoso castelo? Impossível responder para mim mesmo.

   Me veio a mente uma visita que fiz há alguns anos a uma mansão em um bairro nobre, tinha ido com um amigo de nome Carlos, que por sinal havia sumido do bairro onde morávamos, tínhamos uma afinidade muito grande, nos divertíamos juntos em viagens, festas e nas partidas de futebol. Esse meu amigo tinha ido buscar um importante documento para seu pai sobre a compra de uma propriedade e me convidou para ir com ele. Em lá chegando ficamos deslumbrados com a sala onde esperamos a chegada do proprietário da mansão, era de uma beleza fenomenal, um ambiente de altíssima suntuosidade e própria de quem é dono de uma boa grana, ela se assemelhava a essa onde agora estou, os móveis eram antigos e muito bem planejados onde se viam almofadas coloridas de boa qualidade. Saímos dali impressionados com a fineza daquela mansão.

   Voltando ao castelo, como num passe de mágica uma porta se abriu e eu fiquei à espera de alguém aparecer e também explicar a minha presença ali, no entanto ninguém apareceu. Alguns minutos se passaram e uma voz me disse: "pode entrar!". Relutei em atender, mas fui na direção da porta e entrei, mesmo um pouco desconfiado. Me assustei com a figura do meu amigo Carlos, estava vestido em traje de gala como se fosse a alguma festa. Tinha aquele mesmo semblante de antes apesar dos anos passados. Perguntei, ainda sem jeito, por que havia desaparecido, ao que ele prontamente respondeu: "simplesmente porque morri!" Isso me fez estremecer de medo e sentir uma vertigem. Tudo escureceu.

   Acordei desse sonho horrível com o pensamento no meu amigo Carlos e curioso com essa cena descrita. Horas mais tarde, através de amigos, soube que Carlos tinha falecido.