Renascimento - O destino foi traçado
Já faziam alguns meses que mantinha o prisioneiro na torre, havia tentado de tudo para que ele retornasse a seu normal, mas nada dava certo.
Os momentos que tinha com ele, eram realmente complicados , ele oscilava demais, era difícil compreender.
Parecia que se condenava pelos erros pretéritos e desejava esse sofrimento, em alguns momentos de lucidez, via aquele que tanto amei, mas logo voltava a forma atual.
Descobri que sua presença me fazia mal, um mal que jamais conheci, uma dor em minha alma quase insuportável.
Cedo ou tarde, teria de me decidir pelo seu destino, e isso me deixava aflita,então decidi convocar o conselho e dizer toda a verdade sobre ele, deixaria nas mãos deles o destino daquele ser, e o que fosse decidido seria acatado por mim,essa eh a lei.
Na mesma noite, estávamos todos reunidos, para decidir sobre uma vida, então decidi que era hora de saberem a verdade, e pedi a palavra.
- Saudações nobres senhores, agradeço a presença de todos, hoje quero relatar tudo que sei sobre o prisioneiro e deixarei a decisão a vocês, sobre o destino dele.
O silêncio era assustador, mas resolvi seguir.
- Como a maioria de vocês sabem, eu tive meu próprio mundo, meu clã, uma família a muitos séculos atrás, e que não é segredo a ninguém apaixonei-me perdidamente por um anjo.
- Mas esse anjo, foi capaz de destruir tudo que um dia prezei, meu mundo, minha paz, andei perdida por muito tempo, com o sangue e inocentes marcados em mim.
- Enfim, queria informar que ele está de volta, agora como demônio.
Nesse momento todos me olharam espantados com a verdade, então Draken pediu a palavra.
- Acalmem-se como vêem ele não representa perigo a esse clã, está aprisionado na torre,como foi decisão de nossa soberana, confiem.
Dizendo isso, ele apenas sorriu a mim, aguardando que terminasse de contar o que era necessário.
- Grata, pela compreensão, como estava falando, admito que queria salvar ele , de alguma maneira, em nome daquele amor que um dia senti, mas descobri que nem toda magia e sentimento é capaz de salvar quem não quer ser salvo. Entrego o prisioneiro a vocês, que seja feito o que é necessário.
- Que a existência dele seja esquecida e teu nome jamais seja mencionado também.
Meu coração estava destruído nesse momento, mas era o certo a fazer, não colocaria em risco a vida de inocentes novamente.
- Agora, vamos a votação, qual o destino dele.
A cada resposta que ouvia, minha alma estremecia, faltava apenas meu voto, todos haviam decdido que ele era culpado, então respirei fundo e respondi:
- Culpado!
Dizendo isso, selei o destino daquele ser, a morte, e assim seria feito, o mais breve possível.
Depois da reunião terminada, solicitei que Draken permanecesse, precisava conversar com ele, e sei que ele era o único que podia sentir minha aflição.
- Minha soberana! Acalme-se, por favor, toda essa emoção não lhe fez bem.
- Eu estou bem Draken, queria me desculpar com você, deixei que interesses pessoais fossem maiores que os interesses do clã, isso não mais irá acontecer, garanto.
- Soberana, todos temos fantasmas que nos assombram, é natural, não se preocupe com isso, cuidarei para que a sentença seja cumprida, sem sofrimento, como sei ser teu desejo.
- Obrigada... Que seja executada o mais breve possível!
Dizendo isso, segui para meus aposentos, queria chorar e não conseguia, minha dor era tamanha, e espero que realmente ela passasse um dia.
Decidi não estar presente naquela execução, não me faria bem, eu sabia disso, então permaneci em meus aposentos até que tudo estivesse terminado.
Na manhã seguinte, parecia que tudo estava de volta ao normal, sentia a paz entre os moradores, não existia mais a pressão de um estranho entre nós.
Tentarei viver, encontrar minha paz, mas só ainda não sabia como.