POBRE COITADO

O homem sentado na calçada me chamou a atenção, maltrapilho fumava um cigarro atrás do outro, consumia até o filtro. Junto dele uma garrafa de pinga, daquelas bem baratas, álcool puro, que tomava nela mesmo sem precisar de copo, era um gole atrás do outro. Eu pensei: meu Deus, esse homem vai morrer! Mas que nada, o cara era acostumado a tal façanha, ficava bêbado, é verdade, dormia ali mesmo, curtia a cachaça e depois tome "cana" no quengo.

Passava sempre por ali e via aquela criatura entregue ao vício, um pobre coitado que não sabia o que era viver a vida, para ele aquilo bastava, era um simples morador de rua que fazia biscaites para tomar sua bebida prefrerida, mal se alimentava, mas isso pouco importava, o que interessava era "viver nas nuvens", como um dia confessou. Pobre coitado.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 31/01/2020
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