D e s p e d i d a
ERA noite, andava sozinho pela estrada do cemitério. Era medroso. Quando se aproximou do chamado campo santo, uma rasga-mortalha cruzou voou à sua frente. Ele tremeu nas bases e o coração dançou timbalada. Podia ser um aviso, pensou em voltar,mas precisava ir visitar um amigo que estava mito doente. Apressou o passo e começou a assoviarpara tentar reduzir medo. Quando chegou na frente do cemitério notou que havia alguém sentado num banquinho. Era um sujeito todo vestido de branco. Passou por ele quase correndo e apavorado. Mas aíi ouviu uma voz conhecida dizer:
- Ei, Bicho, está com medo de mim? Venha cá me dar um abraço de despedida.
Reconheceu a voz do amigo e o abraçou. No mesmo instante o amigo desapareceu. Ele ficou pensando que havia sido um pesadelo. Continuou a marcha mas sem medo nenhum, passara o medo. Quando chegou à casa do amigo notou que havia muita gente no local. Entrou e então soube da novidade. Ele morrera há poucos instantes. Entendeu o abraço de despedida.
Nunca esqueceu essa despedida.E perdeu o medo de cemitério e de certos acontecimentos que ninguém explica. Inté.