A LUZ DO FUTURO - Parte II

(Atenção! Antes de ler esta parte II do meu conto, leia primeiro a parte I para poder entender melhor a história).

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   Eu vi novamente aquela luz na estrada, fazia tempo que não a via, ela que me deu tanta felicidade, me deu uma família linda e me tornou um homem feliz da vida. Instintivamente pensei em Diana, minha esposa, e nos meus dois filhos, Samuel e Lilian, nesse momento eles estavam a minha espera em casa, sorri de alegria. Faria tudo pela felicidade deles, a minha não importa, não quero mais nada na vida, tudo que eu queria agora é ver eles felizes, isso prá mim já é toda felicidade do mundo.

   Mas voltando a luz, aquela luz brilhante semelhante a faróis de um automóvel, em plena estrada já quase escura, nesse meu retorno do trabalho, algo me fez refletir, me fez pensar no seu significado, o que realmente representava para mim. Imaginei algo diferente, algo que poderia ser assustador, que me tiraria do sério, mas por que eu estava pensando assim? Por que isso me veio a cabeça em vez de  me envolver em um transe como das outras vezes? Eu estava tão feliz há poucos minutos e agora sinto uma tristeza que me abate todo o corpo! Não consigo entender mais nada, não sei realmente o que será capaz de acontecer a partir desse momento, minha mente está confusa e não consegue assimilar nada.

   A luz continua a minha frente, a uma distância considerável, parece ter parado, ela agora começa a enfraquecer, a ter variações de tonalidade. Imaginei a dor de cabeça como daquela vez, mas ela não veio, o que senti foi apenas uma sonolência, uma fraqueza no corpo como se eu estivesse perdendo peso, o que de certa forma me assustou. Tudo escureu de repente, ouvi vozes que me chamavam, vozes bastante conhecidas, que pediam para que eu me acalmasse, mesmo com a visão turva pude perceber suas figuras com os braços abertos como a esperar o meu abraço, Diana estava na frente, percebi que chorava, as crianças estavam tensas e se agarravam a mãe. Não agüentei mais e desfaleci.

Tornei ainda nessa noite, olhei o relógio, mais de oito horas, levantei vagarosamente por me sentir exausto, notei que meu corpo era o de antes, franzino e com as mesmas roupas de quando fui apoiado pelas mãos de Diana. Mas... onde está ela? Estava na minha frente há pouco junto com as crianças! Não as vejo! Que houve? Segui para casa, talvez estivessem me esperando. Cheguei no apartamento, quiz entrar mas fui impedido de entrar no meu próprio lar, alí moravam outras pessoas que eu não conhecia. Não entendi nada, mas meu pensamento me alertou para que saísse dali e caminhei pela rua sem rumo, andei várias quadras até reconhecer meu lar antigo, meu lar de solteiro. Minha mãe me esperava preocupada, perguntou por que eu tinha demorado tanto. Fiquei totalmente confuso, minha família simplesmente não existia, minha mãe falou que eu estava delirando, que na noite anterior havia falado de ter visto luzes, que se sentira mal no caminho para casa.

Depois do banho relaxante, depois de uma boa refeição, depois que vi meus pertences e minhas roupas no meu quarto, pude compreender a realidade, talvez eu tenha sonhado, não sei, mas tudo se passou num curto espaço de tempo. No dia seguinte fui trabalhar normalmente, estive com os companheiros de trabalho, tudo era como antes, minha mente agora refrescada pôde entender que tudo não passou de uma ilusão, uma ilusão maravilhosa que me deixou com saudades dessa minha família, minha mulher Diana, e meus filhos, Samuel e Lilian. Amo vocês!