Abstrair, o segredo para sublimar!
Por um minuto me transporto. Chego a um lindo campo muito verde.
Ao longe meus olhos alcançam um rio de águas cristalinas.
Por aqui, apenas o som dos pássaros e da água que corre ao longe.
Parece ter pressa de chegar ao mar.
Meus olhos são arrebatados por aquele rio. Sinto-me atraída por ele. Quero sentir o frescor de suas águas na minha pele.
Caminho com certa pressa. Quero chegar nas suas margens. Se deveria ter algum tipo de medo, não sei.
O que sinto é vontade de tocar suas águas. Lavar o rosto. Sentar em sua margem e mergulhar meus pés.
O rio, sua pressa em correr pra o mar, em transpor as pedras em seu caminho, em levar os galhos soltos das árvores, me atraem e me embevecem.
Sinto-me parte dele, e sou.
Como ele, tenho pressa. Do que, exatamente, não sei. Talvez de voltar pra casa. Talvez de chegar ao mar e ganhar o mundo.
Sensação melhor que a de um mergulho, só mesmo a de voar, ou seria, volitar sobre ele?
E nesse volitar, acompanhar seu trajeto. Como os pássaros, dar um rasante, molhar a cabeça e levantar voo. Sentindo a brisa suave nos cabelos.
Sentir que posso varar o ar, ao ponto de não mais enxergar a Terra.
Aí, não mais voarei, volitarei.
Agora, sinto-me abandonar no espaço sem barulho, sem limite. Fundindo-me com a existência. Finalmente compreendendo-a.
Sem resistência num total abandono de mim, da tristeza, da melancolia.
Eu e o espaço, e a existência, e o nada.
Não há mais sofrimento, não há mais dúvidas, não há mais questionamentos.
Apenas planetas, estrelas, satélites, asteróides, cometas, luas, vida!