Abstrair, o segredo para sublimar!

Por um minuto me transporto. Chego a um lindo campo muito verde.

Ao longe meus olhos alcançam um rio de águas cristalinas.

Por aqui, apenas o som dos pássaros e da água que corre ao longe.

Parece ter pressa de chegar ao mar.

Meus olhos são arrebatados por aquele rio. Sinto-me atraída por ele. Quero sentir o frescor de suas águas na minha pele.

Caminho com certa pressa. Quero chegar nas suas margens. Se deveria ter algum tipo de medo, não sei.

O que sinto é vontade de tocar suas águas. Lavar o rosto. Sentar em sua margem e mergulhar meus pés.

O rio, sua pressa em correr pra o mar, em transpor as pedras em seu caminho, em levar os galhos soltos das árvores, me atraem e me embevecem.

Sinto-me parte dele, e sou.

Como ele, tenho pressa. Do que, exatamente, não sei. Talvez de voltar pra casa. Talvez de chegar ao mar e ganhar o mundo.

Sensação melhor que a de um mergulho, só mesmo a de voar, ou seria, volitar sobre ele?

E nesse volitar, acompanhar seu trajeto. Como os pássaros, dar um rasante, molhar a cabeça e levantar voo. Sentindo a brisa suave nos cabelos.

Sentir que posso varar o ar, ao ponto de não mais enxergar a Terra.

Aí, não mais voarei, volitarei.

Agora, sinto-me abandonar no espaço sem barulho, sem limite. Fundindo-me com a existência. Finalmente compreendendo-a.

Sem resistência num total abandono de mim, da tristeza, da melancolia.

Eu e o espaço, e a existência, e o nada.

Não há mais sofrimento, não há mais dúvidas, não há mais questionamentos.

Apenas planetas, estrelas, satélites, asteróides, cometas, luas, vida!

Wanusa Pinto
Enviado por Wanusa Pinto em 19/09/2019
Reeditado em 19/09/2019
Código do texto: T6748531
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