A OUTRA FACE DE MADAME CONSTANTINA

    O mordomo informou a madame Constantina que a visita esperada por seu marido acabara de chegar. Ela sorriu e dispensou o empregado indo ela mesma atender. O empresário Charles Didier pegou a mão da mulher e beijou em sinal de respeito, ela avisou-lhe que seu marido encontrava-se nos aposentos e com certeza iria atendê-lo, levando-o para a biblioteca onde os encontros de visitantes eram realizados.

    Em seus aposentos o Barão Alfredo tirava uma sexta depois de um almoço farto e apetitoso. Abriu os olhos como se pressentisse que a visita já havia chegado e levantou-se rápido dirigindo-se para a biblioteca. Em lá chegando foi recebido com um cordial aperto de mão e iniciou-se a conversação a respeito de negócios entre eles. A madame retirou-se para deixá-los a vontade.

    No dia seguinte madame Constantina avisou ao mordomo que iria sair e pediu-lhe para o motorista preparar o carro. Seu marido havia saído logo cedo para trato de negócios com o empresário Charles Didier. O motorista já sabia do destino da patroa e apenas cumpriu o itinenário.

    O Barão Alfredo chegou para o almoço e não encontrou a esposa, esperou um pouco mas desistiu preferindo fazer a refeição sozinho. Minutos depois a madame chega e ele nota um certo nervosismo nela que disfarça e segue para o banho. Disse apenas que estava indisposta e foi deitar-se quando saiu do banheiro.

     A tarde o barão seguiu para seu escritório no centro da cidade, aguardava a chegada do amigo empresário Charles, ficando preocupado com a demora de uma pessoa que era bastante pontual nos negócios a serem tratados. Minutos depois o telefone toca, a notícia não era nada boa, Charles havia sido assassinado através de envenenamento e seu corpo já se encontrava no necrotério.

    Um estranho chegou para falar com a madame Constantina em sua mansão enquanto seu marido se encontrava fora, ela o recebeu mas fez cara de mal humorada, estava tão nervosa quanto o sujeito visitante. Resolveu sair com ele ela mesma dirigindo o carro, dispensando o motorista. Ao seu lado o sujeito implorava por uma certa quantia que ela não queria pagar. Enfim disse-lhe que pagaria e continuaram a viagem em silêncio, ela alegou que pegaria o dinheiro em determinado lugar.

     Caiu a noite, o barão chegava com seu motorista, dispensou o homem na entrada da mansão e se deteve ao notar que o carro da esposa não estava no lugar de sempre, mas acabou adentrando e indo até a biblioteca onde guardou alguns papéis que trouxera do escritório. A madame chegou depois de algum tempo, disse ao marido que tivera consulta médica e o profissional havia se atrasado, falava irritada mas apresentava um nervosismo que foi notado pelo barão.

Na manhã seguinte, logo cedo, um empresário de nome Julius foi ter com o barão e informou que um empregado seu havia sido morto de forma trágica e que alguém teria visto o mesmo descendo do veículo da madame sua esposa. O barão ficou perplexo e pediu para não espalhar essa informação até sua apuração. O homem teria sido atropelado e seu corpo jogado em um precipício.

Os dias se passaram e os fatos acontecidos ultimamente foram se encaixando e o barão teve a certeza de que estava sendo traído. Primeiro foi o empresário Charles Didier que foi envenenado, em seguida o empregado do empresário Julius que teve esse fim triste e sabia das intimidades da madame com seu patrão. Julius quando soube que o barão sabia de seu envolvimento com a mulher dele tratou de sumir da cidade. O barão, para não perder o seu conceito e a mulher mesmo infiel, tratou de abafar o caso.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 21/08/2019
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