Amor Apache
Amor Apache
Fui tão feliz e ao mesmo tempo, tão infeliz. Nos apaixonamos....amor impossível...como uma branca e um índio poderiam ser felizes? Mas ninguém manda no coração.
Houveram muitas mortes.....os forasteiros chegavam querendo dominar os territórios.
Todos vinham em busca de ouro. O oeste americano era terra de ninguém, tudo era resolvido na bala. Matava-se por ganância e por maldade.
Aquela cidade do faroeste que vivia em paz, tornou-se uma verdadeira guerra por poderes, porém, o xerife conseguiu afastar aqueles malfeitores, foi difícil, mas o xerife, homem de fibra, conseguira afugenta- los, e a vida naquela cidade do oeste americano, voltou a ser pacífico.
Os índios, viviam bem com os brancos e a paz voltou a reinar.
Mas, certo dia, novamente chegaram forasteiros bandidos e colocaram novamente o terror. Invadiam os saloons, roubavam cavalos, assaltavam as diligências, invadiam as fazendas e matavam praticamente todos os membros da família. Novamente, o velho oeste duro, hostil e chocante
- Sunshine, o que vamos fazer?
- Só temos uma alternativa Mary, você deve obedecer aos seus pais e ir com eles para a cidade pois aqui a vida está muito violenta. Eu preciso ficar e lutar ao lado de meu povo. Não fomos feitos um para o outro, nunca serei aceito por teu povo e nem você pelo meu.
E assim chegamos a conclusão que eu deveria seguir meus pais e evitar um duelo entre meu pai e o meu amor.
Houve uma passagem de tempo. Não consegui esquecer meu Raio de Sol.
Alguns anos se passaram, porém eu não conseguia esquecer o amor que tomou conta de mim. O índio Sunshine foi meu primeiro e único amor.
Sabe, aquele amor impossível??? Como uma branca, de origem europeia poderia se apaixonar por um pele vermelha?? A verdade é que nos apaixonamos, mas, fui embora porque esse era o melhor conselho.
O tempo passou e resolvi voltar pois meu amor continuava vivendo na mesma tribo do oeste americano
O vento soprava, as árvores dançavam, o laranja- púrpuro do por do sol começava a dar lugar a um azul- acinzentado. Assustou-me como o ar noturno, dava exatamente a mesma sensação da última vez que me aventurara naquele terreno sagrado.
Meu coração explodiu. Virei para trás. Era o índio Sunshine ( Raio de Sol) da tribo Apache.
Meu grande sonho, era viver feliz, ao lado de meu amor, principalmente agora que o reencontrara e já sendo dona de meu nariz poderia viver esse amor
Voltei e tinha certeza, que nunca deveria ter saído.
Eu retornara à terra indígena....terra sagrada. Defendida a base de muito sangue da tribo, que foi dizimada pelas cavalarias européias.
Não consegui me mover. Não consegui falar. Simplesmente contemplei seu rosto. Aquele rosto marcado pela dor. E os olhos???. Tive a sensação de estar caindo num abismo. Seu rosto estava mais magro, mas ele ainda tinha a mesma ternura.
Lembrei- me então dos sonhos cativantes - dos momentos de fuga, em que me sentia protegida, por ele. Os cowboys eram cruéis e não podiam ver uma mocinha indefesa que logo as queriam violar. Mas eu era defendida por meu Raio de Sol, que além de me proteger , também se apaixonara por mim
Como se não bastasse, a cavalaria, combatia ferozmente os índios.
Infelizmente, ao voltar a procura de um amor do passado, a situação da cidade mudara.
Triste ironia do destino.
Nessa história, sempre vence o maior. Meu amor, foi morto pelo poder dos brancos.
Cheguei num momento de muitas disputas.
O amor que eu tinha pelo índio era algo superior as disputas de poderes.
Agora, a vingança era minha.
Peguei um rifle e fui caminhando, de encontro ao inimigo.
Aprendera a usar um rifle e me coloquei em posição.l
No momento exato, mirei meu rifle e sem nenhuma culpa, matei o desgraçado que amargurou minha vida.
Nem sempre somos os certos.....porém, agimos de modo a libertar nossos sonhos mais obscuros.
Sei que sou uma sonhadora, mas tive um sonho de amor encontrado no meio dos índios.
Fui para a tribo e me tornei uma autêntica índia. Mudei meu nome para índia Cabelo de Fogo ( Fire Hair )
Para completar esse conto, tenho que dizer que tornei- me uma mulher que amedrontava os homens mais valentões....aprendi a matar com frieza e pontaria eficiente, quando levava as mãos aos coldres, fazia muitos machos se molharem de medo,pois sabiam que não teriam nenhuma chance.
Tornei-me uma lenda do faroeste americano: A implacável índia Cabelo de Fogo.
By Zezé Libardi