O sonho de uma possível realidade
O relógio despertou, mais um dia começava. Hoje é o primeiro dia de inverno, um inverno rigoroso, gelado, que chega sem piedade, vai deixando tudo sem vida, o sol não aparece, o céu fica cinza e a neve se amontoa nas portas das casas.
Apesar do frio, levantei, tirei o pijama e corri para o chuveiro, a água quente caindo lentamente sobre meu corpo, me esquentou e pude relaxar por uns minutos.
- Gabriela, Vamos! - Ouvi minha mãe dizer.
Ela me apressava pois íamos na casa do meu avô visitá-lo.
Sai do chuveiro com um desejo enorme de ficar, coloquei a roupa e fui para a cozinha ao encontro de minha mãe.
Dentro do carro, o silêncio reinava, minha mãe não era muito de conversar, talvez por ter se distanciado do meu pai quando eu ainda era pequena, ou pelo simples fato da gente não ter muito o que conversar.
O frio era muito intenso e eu podia ver pessoas vestidas apenas com uma camisetinha. - Como ela consegue? - Pensava olhando para as pessoas que tranquilamente passeavam nesse frio.
De repente, o carro começou com um barulho estranho e foi parando lentamente. Minha mãe, sem saber o que aconteceu, continuou acelerando e quando vimos, o carro estava atolado na neve.
- Bem que disseram para não sair de casa hoje, a neve estava muito alta - Pensei comigo.
Olhando para o céu, avistei que havia uma grande nuvem escura sobre nós, e foi só o tempo de vê-la e começou a chover. Eram pingos grandes, conforme a chuva caía, formavam grandes pedaços de granizo, o que deixava a situação preocupante.
Minha mãe acelerou o carro e, finalmente, ele saiu de onde estava. Decidimos ir para casa novamente. Seguindo o mesmo trajeto, via as pessoas, que antes andavam pacientemente pelas ruas, correrem à procura de um abrigo.
O gelo atingia brutalmente o capô do carro, pelo menos nós estávamos seguras. As pessoas corriam para lugares cobertos e o gelo caindo sobre elas sem dó. Comecei a ouvir barulhos cada vez mais fortes acima do carro, o barulho estava me dando medo, o granizo aumentava de tamanho e um pedaço de gelo caiu no carro, furando o teto e fazendo um barulho horrível!
O barulho da televisão me acordou e fui para a sala. No jornal diário dizia para evitar sair de casa hoje, previsão de chuva de granizo. Desliguei a televisão e entrei no banho.
- Gabriela, vamos visitar seu avô, ande logo!
Um arrepio percorreu todo meu corpo e percebi que meu sonho podia virar uma triste realidade.
Abr/2012