Renascimento - chegada ao castelo
Algum tempo se passou, e não entendia porque tinha mudado meu destino tão rapidamente, algo parecia me chamar rumo ao litoral e assim o fiz, passei por vários vilarejos, tinha alimento farto, já que não pretendia manter residência em nenhum deles, não me importava em esconder quem realmente era, mas mesmo assim era cuidadosa, andava apenas a noite, na segurança das sombras, mesmo podendo andar durante o dia... realmente não era adequado naquele momento.
Via como a humanidade estava cada vez mais selvagem, e diziam que nós mensageiros da morte que eramos selvagens e sem coração, mas não é bem assim.
Estava quase chegando a meu destino, não haviam mais casas nem vielas por perto, ouvi boatos que todos tinham medo do antigo habitante do castelo, por isso não se aproximavam de lá, era exatamente assim que deveria ser, humanos longe, para que possamos ter nossa suposta paz.
De repente, encontro alguém na estrada, meus dentes se aguçaram, mas tentei manter meu controle, e ficar entre as sombras daquela floresta, ele não parecia ter medo, então decidi observar apenas, talvez devesse secar suas veias, mas não por agora, não sentia sua essência, era estranho, porque podia sentir cada humano que passava ou cruzava minha frente, o bem e o mal de cada alma, e nele, nada podia sentir.
Então naquela noite, me mantive ali, nas sombras, observando aquele ser, sob o calor da fogueira, parecia tão tranquilo, tão em paz, invejava-o de certa forma, mas isso não vem ao caso.
Por um momento, pensei que ele havia notado minha presença pois virou-se em minha direção, mas logo se aquietou novamente, então decidi permitir que ele me visse, como realmente eu era, sem máscaras, me aproximei lentamente, então ele disse:
- Venha, aproveite o calor do fogo, nessa noite fria...
Apenas o olhei, como alguém convida uma vampira pra sua companhia? Era muito estranho isso, seria um caçador de seres como eu? Acho que não... talvez ele jamais tenha visto alguém como eu, em sua existência, essa era a resposta.
Aproximei-me sentei-me do outro lado, junto a fogueira, apenas observando aquele humano, que nada mais disse, alguns minutos se passaram até que ele voltou a falar.
- Segues para o Castelo a beira mar, não é?
- Como sabe?- perguntei indignada.
- Sua presença é esperada entre eles, a muito tempo, mas aviso cuidado na estrada, há muitos ladroes traiçoeiros na região.
- Agradeço a preocupação, mas não se faz necessária, nobre amigo... digo o mesmo a ti, cuide-se... preciso ir... se faz tarde.
Deixei-o ali, embora cheia de perguntas a fazer, chegaria ao castelo ainda essa noite, essa era a intenção, então abri minhas asas, voar seria mais rápido e pratico nesse momento.
Mais de uma hora se passou e finalmente avistei o castelo nos rochedos, lindo, encantador.
Pousei, fiquei algum tempo admirando-o quando um lycan se aproximou, fazendo referencias, estranhei mas retribui, então ele logo me disse:
- Lady Drakon, estávamos a sua espera, que bom que chegou em segurança a teu destino, seja bem vinda ao seu novo lar.
- Agradeço.. mas como sabes quem sou?- perguntei a aquele lycan.
Ele sorriu, todos sabem nobre senhora, sua fama lhe precede, e nosso Mestre já havia dito que seria a nova senhora desse Castelo antes de partir.
- Entre minha senhora, logo lhe explicarei tudo, assim que estiver acomodada e descansar da viagem. – disse ele calmamente.
Apenas o acompanhei, nada disse, ao adentrar no castelo, encantei-me com cada detalhe, me parecia tão conhecido, só então notei a foto no saguão principal, o Senhor daquele castelo Allan Toran, um vampiro gangrel, ao qual ajudei a muitos séculos atrás, e nos tornamos amigos.
Agora entendi, porque sabiam quem eu era.