A FEITICEIRA E O PIRATA

Nossa estória começa em um vilarejo, no inicio do século XVII, quando as tudo que parecia ser diferente era incriminado pelos humanos, então a magia pouco a pouco começou a ser exterminada daquela região, já que era vista como uma coisa demoníaca perante o clero e os superiores daquela religião.

Muitas famílias foram exterminadas, queimadas, e decapitadas em praça publica, acusadas de magia negra, nem as crianças eram poupadas de tal acusação, foi uma época cruel, desumana, tenebrosa naquelas terras, a maioria dos seres se esconderam, ocultaram-se entre humanos, deixando de mostrar sua verdadeira face, apenas pela sobrevivência.

E entre todas as criaturas, apenas uma foi mantida vida, levada para um castelo e seu destino seria servir ao rei perverso daquelas terras, já que ela tinha um Dom que interessava muito ao Rei, foi levada para o castelo ainda criança, após a morte de teus pais, que nem ao menos conseguiu conhecer, foi criada pelos servos do castelo, nada lhe faltava ali, mas ela não se sentia feliz, a serva que cuidou dela, ajudou-a a se proteger e ensinou-a a jamais contar o que via e sentia sobre determinadas situações, essa seria sua proteção, ao menos enquanto estivesse a seus cuidados.

Apesar de viver entre os servos, proibida de aprender a ler e escrever ela era muito inteligente, em suas brincadeiras de criança notava-se isso, então um dos escribas do castelo, ensinou-a as primeiras palavras, fazendo-a prometer que jamais contaria a ninguém sobre isso, e assim ela frequentava a biblioteca quase todas as noites enquanto todos dormiam, os livros eram seus melhores companheiros, lá era onde se sentia segura, protegida, afinal ninguém jamais ia lá, durante a noite, e isso a deixava a vontade para conhecer o mundo através dos livros.

O tempo passou depressa, e seus dons afloravam com o passar do tempo, e muitas vezes ela não tinha controle deles, pois não teve seus pais para orienta-la, e sendo assim foi se afastando mais e mais do convívio de todos daquele castelo, mas essa situação chegou aos ouvidos do soberano daquelas terras, ela estava pronta para servi-lo agora, com toda certeza.

Então ordenou que a aprisionassem em uma área isolada do castelo, onde somente o fiel servo do rei e o próprio soberano daquelas terras teriam acesso, embora as acomodações fossem confortáveis, ficar trancafiada só a deixava mais triste, longe da vida, da alegria e luz do sol, apenas via distante o mar, e os navios que passavam da muralha do castelo.

Certo dia o próprio soberano daquelas terras foi visita-la, solicitando-lhe que desvendasse o futuro, ela não entendia ao certo, porque diziam que era errado o que fazia e via e o próprio soberano lhe fazia dizer coisas que a muito era proibido naquelas terras, mas mesmo assim obedecia, devia sua vida a ele, como lhe fora dito um dia, devia ser grata, apesar de tudo, mas o que jamais a contaram foi que o próprio senhor daquelas terras havia mandado matar sua família, apenas disseram que ela era órfã e a bondade do rei permitiu que ela fosse criada no castelo.

Enfim durante muitos anos, assim foi feito, ela respondia a todos os questionamentos do rei, sempre falando o que via, mas tinha medo, não podia mentir, e nem sempre as visões eram favoráveis ao senhor daquelas terras, então ele ficava furioso, e deixava-a trancafiada em teus aposentos por dias, mas sabia que ela não mentia, apenas seu ego se sentia ferido, e vingava-se, mas jamais duvidou da sensatez daquela serva, pois jamais errara em suas visões, sobre tudo que lhe fora perguntado.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 05/10/2018
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