A ponte entre a vida e a morte
Virginia, abriu a cortina e arrumou a cama, tinha um encontro com Fernando e teria que se apressar, afinal a praia e o sol esperavam la fora.
Desceu rapidamente os tres andares que a separava da rua, calçando uma sandalia rasteira branca, combinando com a saida de praia, decorada com flores brancas e amarelas.
Havia marcado com o namorado, ha uns 800 metros depois de atravessar a pinada.
O caminho era muito bonito, rodeado de altos eucaliptos e palmeiras, salteados de plantas espinhudas rasteiras, pintadas com flores azuis e brancas.
Chegou até a pequena ponte de madeira que entrava pelo meio das palmeiras e ia dar direto ao ponto marcado com Fernando.
Virginia foi indo rapidamente, pisando em cada tábua de pino do norte, admirando as plantas de um lado e os barcos ancorados no clube de regatas, ao lado do muro que contornava a ponte.
Parou por um momento e pensou sentir algum olhar vindo do mato em direçao a ela, apressou seu passo e derrepente, surgiu um homem a sua frente.
Era alto e bem magro, nos olhos um triste olhar opaco e na mao levava uma faca.
Virginia, virou-se e correu com todas as forças que tinha.
Viu Fernando no inicio da ponte, diminuiu seu passo e foi chegando devagar beijando suavemente seu rosto.
Fernando a olhou e foi andando em direçao a praia.
O sol estava quente, as ondas pintavam levemente de branco o mar azul.
Fernando sentou-se na areia e Virginia ao seu lado.
Ficaram observando a maravilha que Deus havia pintado aquele dia.
Virginia, deixou cair a toalha e foi dar um mergulho, de lá via Fernando olhando para ela.
Após um mergulho e outro e mais outro, Virginia saiu da água jogando os longos cabelos para tras, sentia pelo corpo uma leve brisa.
Caminhava até Fernando, quando ele levantou e foi embora.
Virginia pegou a toalha e enrolou no corpo, apressando o passo e chamando pelo nome de Fernando.
E aos poucos foram se distanciando.
Virginia, saiu da praia estranhando o comportamento de Fernado e seguiu de volta para a ponte que a levaria até em casa novamente.
Chegou em casa, encontrou sua mae na sala assistindo a tv, deu-lhe um beijo e pecebeu que seu rosto estava molhado pelas lágrimas que escorriam, olhou para televisao para ver o que estava emocionando tanto sua mae.
Sua cabeça começou a girar, sua mente ficou confusa...parecia flutuar... voltou para a ponte por alguns instantes, sentiu o terror de ver aquele homem, agarrar seus cabelos e arrasta-la para dentro do mato, depois disso, sentiu uma dor profunda no pescoco e tudo escureceu de novo.
Viu-se novamente mergulhando no mar que tanto amava, era como um sonho, nada mais podia lhe acontecer de mal... ela simplesmente flutuava ao sol, nada mais importava...
Ela já nao existia.