AONDE SOPRA O ESPÍRITO.
No grande grito lembrei-me da dor
seja aonde for,quatro paredes sem amor
e no teto a solidão,
canta rouco e em soluços o lobo sacrificado
sem água,sem leite,sem pão
e enche a boca de fome negra
ao ver a serpente que rasteja...
Lembra a antiga terra,onde os artistas e
os hipócritas se confundem na decisão
e bateu nas nuvens com a cabeça não sete
vezes,mas setenta vezes sete vezes.
Deu não o corpo,não o lodo,pois que este
se consumia em lepra,
deu do labor o amor
recebeu nas ulcerações cuspes e pedras.
Regozijai povo!
Povo regozijai!
Mas ai das pedras que quebram flores...
Condenam à beber veneno no próprio antídoto...
Ah, mau de belos sabores!
Dos tantos anos vividos trarei um só
mas um de mil amores
e se no peito oco o suspiro final sair
restará à carne terra para à cobrir
e do último corpo só lembranças,
logo um novo abraço;esperança!
Caçarão o bem e o mal na terra imunda
que escapa aos ventos,nos dedos finos
de uma nova criança.