O SENHOR DA GUERRA
O SENHOR DA GUERRA
“Com licença meu senhor posso sentar me ao seu lado? Vou colocar meu copo junto ao seu, não tenho segundas intenções. O que há de errado entre os homens? Sete bilhões de silhuetas nos observam. Me expressarei mesmo que esgotado vou disparar meus últimos cartuchos, de horror. O senhor repartiria com os pobres seus ossos? Que forte neblina essa em excelência. Vinha eu por essa entrada vi sua sombra num vácuo, poderia ser aqui ou em um outro lugar qualquer, espero que seus colegas possam chegar.
O vento esta soprando por entre as arvores do parque. O senhor viu os ferozes os cães que ladravam por trás das grades de ferro das mansões do Mangabeira? Por mim próprio chegarei a rodovia, e diz respeito senão os carros que vão e vêem sem destino alem é claro dos deficientes auditivos do outro lado a me observar.
Por trás dos muros do cemitério do Bonfim ouvi gemidos não sei se de prazer ou dor. Recolhi os gritos de prazeres os de dores deixei aos fantasmas e aos escorpiões que La estão. O senhor sabe aonde fica o Bonfim pois não?
Sou meu próprio senhor não me apego a seres humanos. A falta de virtudes me obriga a seguir meu próprio caminho. As grutas de Maquine me causam horror sufoco entre seus paredões, mas há ali um certo prazer de estar e pisar as pegadas dos homens e mulheres da caverna. Naquele tempo eles matavam as parteiras de seus filhos, pobre gente é o ser humano com as grandes ironias que a vida nos trás. As vezes corro pela manhã outras vezes a tarde, mas a barriga continua roliça, eu não era assim, já fui um homem bonito, mas hoje os cabelos me caem da cabeça da perna do peito de tudo estou ficando careca e a velhice me acertou o alvo.
Existe sempre uma falha na natureza humana, mas a velhice essa grita sobre nos. Me diga meu senhor porque deve ser sempre assim? Quantos anos você tem? Porque razão haveria em tudo isso meu caro senhor?
Caiu uma chuvarada ontem La pros lado de Sabará o senhor ouviu no noticiário? Matou ate gente que morava nas encostas, pobre gente das encostas. Mas o que o senhor sabe do povo das encostas, sabe nada ne excelência, não ria meu senhor isso não é razão para rir e nem abanar a mão meu caro senhor. Pense nestas coisas, nesta pobre gente. Tudo começa nesta mesma ocasião em que vossa excelência desce e sobe os morros da cidade. É mais fácil ne meu senhor de empenhar a palavra, mas depois em plenário o senhor vangloria. Cuidando de ter razão em tudo. Ca entre nos meu senhor é tudo patifaria hein, pode falar só estamos nos dois aqui nesta taverna na beira da estrada. Pode dizer kkkkkkkkk, isso meu senhor vamos rir juntos kkkkk. É excelência aonde anda a benevolência dos homens. Isso meu senhor toma mais um trago desta cachaça ela veio La de Salinas melhor não há. É meu senhor vocês conservam este ar de superioridade enquanto o povo das encostas lhes servem, sobre tudo o senhor continua a sorrir. Fica ai classificando tudo, meu caro, o senhor sabe o que é ser patriota? Sabe? Mas porque esta ai sentado a beira da estrada rindo do povo da encosta, não excelência o senhor não sabe o que é patriotismo. Por favor meu senhor cale o seu riso para que o povo possa calar o seu pranto. No fundo meu senhor nada conta a não ser o seu bem querer. Sim meu senhor tudo esta preso por ai, sejamos justos meu senhor sejamos justos não sejamos indiferentes ou ingrato sejamos magnânimos excelência. Olhe meu senhor voltou a chover e os cegos estão sob a velha marquise da esquina. Vejo pela janela uma bela imagem da lua sobre aquela colina que esta por trás de vossa excelência. Senhor se fosse eu seu amigo lhe daria um forte abraço aqui mesmo. Tenho desagradáveis sonhos de opressão, mas suprimo lhes sou forte. Meu senhor aonde anda seu censo de justiça? A chuva não para La fora excelência, depois disso meu caro senhor vou tomar mais um trago o frio aumentou, tome uma também.
Sua excelência deixou que me batessem e eu sem reagir nem sabia porque entrei no pau, uma covardia danada o que eu fiz meu senhor para que me descem aquela surra? Ouvi dizer por ai que aquilo foi obra dos seus colegas de paletó. Como será possível esquecer a imagem de meus algozes excelência batiam e riam e isso durou quase uma hora depois jogaram me no brejo aonde fiquei no meio de um poço de merda. Éé meu senhor o fato é que viam em mim um certo desencanto e olha em meu senhor que quantas vezes eu servi aquela gente mas é assim mesmo ali não tinha futuro mesmo eles não tem princípios. Atravessam as pessoas sem nem mais nem menos verifiquei que o poder pertence a poucos tanto isso é verdade que é a coisa mais difícil do mundo. Meu caro senhor andam falando ai que ouve uma violenta confusão La no plenário da câmara o senhor sabe de alguma coisa? Aah não estava presente, mas a excelência é muito ocupado tem razão.
“Meu caro idiota” gritaram para mim:
E isto foi no dia daquela violenta
Confusão na casa da minha madrinha Cilá. Uma briga dolorosa que fui forçado a encher a cara dele de porradas. Sim ele o senhor sabe quem foi. O dionisiozinho filho da madrinha.
“Meu caro idiota?Assim, como?”((não me perguntem, não me perguntem.
Eu começava a sentir o peso daquela “afeição”.
Escutei tudo ali e imóvel fui afastando-me sob a chuva. Nem nos dias seguintes o vi no boteco na beira da estrada. Ele tem um sitio ali na curva do veado campeiro.
Aqui na verdade não existe nada de importante. Nenhuma cabeça para pensar em cortar. Quanto a serem compreendidos,isso nunca. Sem que jamais a sentença seja pronunciada. Havia nele uma vocação irresistível para julgar. Isso no tempo que éramos meninos andando por essas veredas caçando passarinho e nadando pelado no panpan.
“o senhor se lembra de minhas recusas, pois a própria natureza nos enganava, todos daqui procuravam ser ricos com seus egoísmos. Na maioria das vezes, pelo contrário, confessamo-nos aos que se pareciam conosco e que partilhavam seus encantos e de uma tristeza viril.
Meu reino, o senhor sabe muito bem fora a cama com colchão de capim em que dormia. Era o único lugar que para mim tinha prazer. Me obrigaram a procurar uma saída, na verdade todos eles foram carrascos comigo naquela época”.
O senhor lembra quando a máquina passou por cima do cachorro dele, ficou na beira da linha chorando sobre o que restou do velho Tobias. Gostava mais do cachorro do que os próprios irmãos. La ficou com seus caprichos e suas paradas inexplicáveis foi o tempo de realizar a suas tarefas. Diziam que fizera um pacto com o diabo La na cachoeira do amor, esse povo daqui é besta mesmo onde já se viu fazer pacto com o mal num lugar de amor, pois é nunca mais ele conseguiria se recompor.
O senhor se colocou ao lado dele assim pensando. vocês julgavam ser uma afronta nos dois casos. Todos se retorciam em convulsões, todos sobre efeito dos cogumelos casa de sapo ficaram como o diabo aconselhando o amálgama como método de defesa ou clareza.
Sobre este ponto continuo livre, isento de seus rigores, e, no entanto me pergunto;
“quem fui eu e quem foram eles e quem sou eu ainda”?
Não me pergunte não me pergunte excelência talvez eu seja mesmo
esse próprio. Não cheguemos aos extremos,
calemos para que outros falem.
Assim é o desejo do mel para com a sua abelha,
Não priva te do teu enredo, pois apenas você o soube compor.
Ensine suas sutilezas e
como o sol, para que ele assente em seu colo e sorria.
Siga o caminho mais longo para que
a cada cair da noite você possa deitar sobre a relva, olhar a lua e em cada sonho que tiver possa plantar uma fada em cada
Canteiro do seu jardim.
O riso continuou a flutuar à minha volta, sem que meus olhos visse a esta hora um tanto sinistro aquele sorriso.
Não, eu não me interesso nem calculo por nossa
Velocidade durante o dia que logo passa.
Avancei, e nada mudou e veja que não estou brincando.
Pensei;, “nada nos resta desse paraíso terrestre pobre e desamparado.
Em outras palavras, nunca havemos de ter encontrado um sentido na vida”.
Vivo eu meu senhor em estado de castidade. Mas é a verdade, caro senhor, assusto lhe com minhas revelações? E estamos hoje numa manhã gloriosa. Veja a praça cheia de mulheres, drogados e batedores de carteiras.
Estamos separados do mundo, ainda hoje senhor, misturou-se as minhas lembranças, como quando no passado
conheci algumas beldades, Infelizmente tive nas mesmas
circunstâncias para levá-las às portas dos delírios. Para que então me chamam meu senhor?
Hoje são as mesmas que chamam me com leve
"desconforto" em geral, de minha esperança.
Acredite-me meu senhor, e elas estavam vivas. Mas isso foi depois de eu ter ganhado aquela pequena fortuna no jogo da quina, pois antes elas olhavam me com desprezo e diziam;
“se enxerga”. Mas a vida meu senhor é mesmo assim valemos o que temos em nossos cartões de créditos e eu porem as consolo com meus presentes. Elas também vagam agora eu sei é o fim e o começo deixo as escolhas a quem melhor lhe convêm La se vai alguém maquilar seu cadáver.
Acredite excelência, Eu admirava o quando outrora o senhor se entregava a este heroísmo de nossa pátria, mas agora o senhor se encontra nas profundezas junto as moscas, a e a cada dia desce mais neste lamaçal de.
Eu via um grande seriedade no senhor, mas agora vejo que estava enganado.
A única saída para o senhor é admitir suas falcatruas vejo o vazio dentro do seus olhos. e a favor de toda prática que o trate como culpado. nos sentimos mal, ou não amamos ninguém.
Ah! Meu caro, e, depois disso, a morte lhe sera solitária, ao passo
que a servidão até a apresentá-la como a verdadeira liberdade. Com o senhor atingirei meu pleno rendimento? Não meu senhor!
Extraio como virtuose os acentos que tenho na memória.
Mas, Como o senhor não é apenas inteligente, o tempo que for preciso tenho vivido.
Confesse, no entanto, que se sente hoje menos contente consigo mesmo de cuja lembrança desespera! Daquele que perdoa a si mesmo que me prenda a alguém é tarde demais o fim será a sua queda. Nada excelência, poderá lhe eu conduzir lhe à felicidade? Durante toda sua vida o senhor semeou espinhos sobre muitos jardins. Como sabes, só o conheço por sua voz bonita e erudita, talentos e sobre tudo tomando muitas precauções quase ao mesmo tempo o renegarei no próximo pleito.
O mal pode se propagar meu senhor. Veria agora que podia se propagar logo então saia mansamente. Devo confessar sou sujeito a estas transformações súbitas. Vivo sozinho absolutamente sozinho. Não sou de ficar a vagar pelas casas dos parentes e amigos, mal troco uma palavra com eles. Pra que? É cada um pra si penso eu. Fico melhor com meus pensamentos envolto a neblina que cai toda manhã. Esqueço me logo de todos eles, o senhor sabe, pensamentos são coisas passadas e eu odeio as coisas do passado, para mim meu senhor ate este segundo que passou não passa de um segundo passado que prefiro esquecer. Para mim o que vale é o agora este momento. Ate a solidão que estava quietinha no canto da sala espreitando me e rindo. Ela passou. Estava sozinho no meio da sala e era isso que me interessava não havia nada de novo, nada, pois deixei de ser livre a muitos anos atrás meu senhor. Limito me a tolerar a ver as folhas secas caírem das arvores. Alma e corpo, oponho me a estes, meu eu é um só cérebro na forma completa de seu nome, sim meu senhor em sua forma completa. Os homens encantam se com suas formas incompletas. Em suas vidas imensas cheias de pulsos cortados vão a busca de poderes. No silencio da manhã ponderam se olhando o céu cinzento e o fantasma da humanidade que é o reflexo de um espelho quebrado por sua excelência. Meus olhos se inflamam diante de tanta hipocrisia, pois na guerra não existe soldados perfeitos, todos morrem no final de uma forma ou de outra, mas meu senhor eu prefiro não pensar para não ter o poder de existir.
Sigo meu destino num ritmo melancólico sobre o pó da terra, sim meu senhor num ritmo melancólico. Outro dia parei defronte ao seu jardim cheio de flores, mas elas cheiravam mal. É meu senhor cada um cria lhe o deus que lhe convém e você não será a exceção. Ouvir dizer por ai que eram águas passadas, mas não passa de jogos raivosos ao redor das idéias e a roda continua girando em seu eixo assim como a terra. Sombrios são os meios e conflituosos os fins. Então circunde os círculos decifre os triângulos e sigamos em frente. Ah também tem aqueles que elegem deuses, demônios, guerreiros, mártires e heróis. Em nossos sonhos os oceanos alimentam nossos rios e a pequena terra bebe todo o universo. Existe uma alma oculta dentro de outra alma que existe oculta dentro de outra alma que esta a margem das águas que banham o corpo. Não Tenho poder meu senhor sobre o movimento do mundo se o tivesse já o teria exterminado com fogo pois ninguém sustenta a terra em sua própria mão, o mundo meu senhor não passa de uma farsa. Desde o começo é um copiando o outro para suprir os seus egos é plagio surgiu com a fundação do mundo. Causou me profundo furor meu senhor Terminar naquele vale escuro.Cercara me a dor no caminho e meus sentidos entraram em pânico. Não podia mais andar quantas coisas ali vi e pouco mais ao norte com cuidado reclamei ao planeta para que a luz banhasse. Foi guiando ao incerto universo que se aquietou perfurado peito medroso Luta vencida tremula neste espaço vil, quem sou para lhe questionar eu sou homem o senhor......