Almejada Morte

Pequenino não vá por esse lado, os seus pés estão feridos, e ainda continuas perdido em meio aos escombros do seu próprio coração?

Os anos se passaram e continuas a lutar, a correr, a gritar... Para quem tanto gritas pequena criança? Não existe ninguém por perto

sabes bem que estás sozinho, não tentes criar expectativa pois a sua voz ecoa no meio do abismo vazio trazendo o eco do desespero e de sua prória dor.

Não criança, não existe o fim do caminho, não existe luz onde você abre seus olhos para enxergar uma saída, você consegue entender pequenino?

Não se sacrifique gastando o restante de energia que te resta! Onde estão os seus? estão ocupados cuidando das suas vidas e se quer se lembram de ti.

Preste atenção nos teus joelhos cansados de cair, preste atenção nas suas mãos feridas tentando escalar paredes espinhosas, olhe seus olhos, olhe seus olhos... Ainda existe esperança?

Condenado ao abismo pequena criança, condenado as lágrimas, nem no inferno nem no paraíso, onde você se encontra? Não está na hora de abandonar tudo? de sofrer?

Faça o óbvio, você não se cansa pequena criança?

Seus pensamentos te afogam em lembranças maldosas e dolorosas, nem mesmo os céus parecem te escutar, os seus alívios passageiros já não são mais alívios, já não adiantam de nada! Já não te servem mais de nada, acabe com essa dor pequenino.

Seu grande permanece sem vida, escuro e cheio de lodo pelas paredes, a grama já não é mais verde, e o seu trono está vazio.

Abandonaste teu castelo, abandonaste teu reino... Aqueles que trabalhavam para ti, tiveram que partir, pois não havia ninguém para quem trabalhar. Você se perdeu em meio a um bosque e nunca mais voltou na esperança de encontrar alegria, mas o que encontrou te despedaçou te cortou te estraçalhou, te feriu, você já não consegue mais voltar atrás.

Em meio ao caminho encontraste a solidão, a morte, a dor e a tristeza mas não encontrou o que procurava, e agora ferido grita incansavelmente por socorro por um socorro que nunca chegará, grita por pessoas que só existem na sua mente demente e monstruosa.

Ande pequenino, não fique aí parado olhando para baixo, não existe visão está tudo muito escuro, feche teus olhos e salte, o fim da dor está logo ali, não te esqueça pequena criança, que por onde andas não existe saída, são anos e anos de tormentas, são muitos dias de dor e sofrimento, acabe logo com isso e pare de uma vez por toda de regar a terra com tuas lágrimas infinitas.

Tu não te cansas das tempestades intermináveis? não te cansas pequenino?

Não seja covarde apenas feche seus olhos você não sentirá mais nada, pois a altura que aqui possui até o chão te matará antes mesmo que você consiga chegar ao final.

Vamos pequenino eu seguro em tuas mãos e prometo não soltar até seu ultimo sussurro.

Eu sou quem tu tanto chamas e desejas... Sou eu pequenino... Sou a sua tão almejada morte.