Um novo caminho
Sete noites se passaram e o Lobo partiu, cumpriu sua missão, penso que finalmente se uniu a lua, como era teu maior desejo, não o sinto mais, parece que jamais existiu, mas mesmo assim agradeço pois de certa forma ele me salvou.
Ainda sinto coisas que não queria, tenho lapsos de memoria que as vezes me levam as lágrimas, sinto falta daquele que tanto amei, pelo qual perdi tudo que um dia tive, não consigo imaginar um recomeço sem ele, mas assim será feito, aqui não é lugar para ANJOS, e sim para demonios e almas condenadas como a minha, por tantos erros do passado e do presente, a dor ainda persiste, embora tente acreditar que tudo não passou de um sonho lindo, que os deuses me permitiram ser, mas quando olho a volta, vejo que aconteceu e o final não foi feliz.
Partirei dessas terras, sem destino certo, minha alma me guiará, talvez retorne a algum de meus castelos por terras distantes e lá encontre minha suposta paz, não tenho mais Amélia, minha melhor amiga e lider de todos, todo o conselho foi aniquilado, parece que minha especie não mais existe por essas terras, é triste, mas é verdade.
Talvez ainda encontre alguém como eu, condenado pelo tempo e pelo espaço, seria menos doloroso passar a eternidade sabendo que minha especie ainda existe e não sou a única, mas penso que em outras terras eles vivem soberanos sobre tudo, essa é minha esperança.
Por agora, sigo meu caminho, matando quando tenho sede, deixando o rastro de morte em meu caminho, como sempre foi, e sempre será, uma novo inicio me aguarda, e só o tempo dirá onde e quando começará, mas sigo em paz, a possível paz em minha alma, sustentando a saudade e lembranças que guardo em meu coração que já não bate.
Um dia, entenderei o porque disso, e sei que tudo tem um motivo, mas só o tempo dirá, ele nos ensina o que é necessario, e tempo é o que mais tenho, deixo essas terras, para nunca mais voltar, que outros reinem e construam um reino de paz, coisa que não consegui.
Que o novo tempo que se aproxime seja prospero e que em breve encontre novamente meu lugar, levo como companheira apenas Aruc, uma coruja, mesmo sendo livre ela me acompanha e nem sei porque, mas gosto de saber que algum ser vivo ainda sobrevive a minha presença.
Sem destino, sem rumo, mas quando reencontrar meu lugar eu saberei, e lá viverei, solitária ou não, no silencio da noite, apenas a morte reinará, como sempre foi e sempre será.