Um recomeço
Depois da partida do Lobo, me senti mais forte e nem sabia o porque disso, mas estava em paz, então tentei me levantar, tomei um banho demorado nas aguas geladas daquele rio, minhas férias ainda estavam abertas, mas não mais sangravam como antes.
Me dirigi a cabana, que sabia que existia ali perto, algumas de minhas coisas ainda estavam escondidas ali, como era de costume, mesmo sendo ocupada por outros seres tinha um alçapão que ninguém sabia de sua existencia, e la se encontrava algumas de minhas coisas pessoas, esperava apenas que ela tambem não tivesse sido destruida.
Ao sair, o sol me fez sentir mal, parecia que já havia me acostumado com a escuridao do mundo e bem mais de minha alma, tentei me manter consciente e centrada no que queria fazer, mas não estava facil, finalmente cheguei a cabana, engraçado ela estava intacta, e isso era bom, entrei fechei as cortinas, me sentei um pouco, para recobrar novamente as forças, sabia que precisava me alimentar, então me vesti adequadamente, como uma camponesa, afinal era isso que devia parecer para poder visitar o povoado.
Entre o cambalear de minhas pernas, e a vontade de recomeçar segui para o povoado não muito longe dali, eram alheios a tudo que existia na floresta e meu mundo, pareciam não enxergar, para eles a floresta era local proibido, o que era muito bom, antes de chegar a cidade encontrei um andarilho, uma refeiçao perfeita, sem destino, sem família, mas devia estar segura de que não deixaria rastros, então o atrai para dentro da floresta, não antes de me certificar que realmentes estavamos sozinhos, pois a visão de uma vampira se alimentando não é a mais bela de ser vista.
Suguei-lhe a vida com alvidez, como se dependesse disso para minha sobrevivencia, senti a forças me voltarem, o sangue era meu alimento primordial, e nesse momento minha sede era quase insaciavel, a fera estava de volta, deixei o corpo inerte ali mesmo, sabia que não o encontrariam e os animais da floresta dariam cabo de todo o resto.
Retornei a cabana, agora mais forte, estava segura de mim novamente, notei que meus ferimentos começavam a se fechar, a minha cura logo estaria completa mais uma vez.
Então me recordei daquele ser, aquele lobo que passou a noite ao meu lado, sentia tua falta, não sei porque mas sentia, talvez não mais retorne, e fique apenas a lembrança daquele que um dia me ajudou.
Quando retornei a cabana, encontrei uma linda flor sobre a mesa, quem teria deixado ali? Eu não sei, mas era tão bela quanto o anoitecer na floresta, coloquei-a no vaso, ajeitei tudo ali, para se tornar um local agradavel, agora a cabana era meu lar.
Sai para a ronda, como sempre fazia, tudo parecia estar voltando aos normal, não sei por quanto tempo me manti inerte, mas pelo o que vejo foi tempo demais porque os corpos já não estavam la, a floresta estava recuperada, e as ruinas do castelo não mais cheiravam a morte.
Mas não ousei entrar, ali não era mais meu lar, as lembranças daquele dia fatidico ainda me faziam mal e a fraqueza se ocupava de meu corpo nesses momentos.
Senti que estava sendo observada naquele momento, meus instintos jamais me enganaram, olhei e nada encontrei, mas me serviu para ficar alerta, pois ainda haviam inimigos a minha procura, sabiam que não havia deixado esse mundo, e assim tentaria me manter oculta de tudo e todos, até que estivesse pronta para a luta novamente.
O mais estranho era que aquele ler não saia dos meus pensamentos, pareciamos estarmos ligados de alguma maneira, que eu não sabia explicar, tentei acalmar minha alma, mas desejava a presença dele, ali, ele me fazia bem, fazia minha alma se acalmar, então retornei para a cabana, sentia-me fraca, perante tudo o que revivi, e não desejava isso precisava me recuperar, então adormeci, depois de tanto tempo em um lugar quente e segura.
Adormeci, e meus sonhos rondaram a presença daquele ser, entre o bem e o mal, a paz e a guerra, hora pesadelo, hora calmaria, mas era assim que tinha que ser meu corpo tava assimilando os ultimos acontecimentos, e nada poderia ser mudado.
Ao anoitecer despertei, a noite estava linda, me sentei na varanda, admirando a lua, ahhh como passava horas fazendo isso, ela sempre me deu forças e me encantou, então ouço um uivo ao longe, distante, trazido como o vento, será ele? Não sei.... só espero que esteja bem e que um dia o reencontre novamente.