A destruição de um Mundo
Um século se passou, e fui despertada novamente, mas agora antes do prazo previsto, tudo ainda estava confuso, aquele sangue em meu corpo, me dava revelações preocupantes, sobre meu Coven e meu reino, estava tudo acabado infelizmente.
Despertada de meu sono eterno, me sentia fraca, apesar de tudo, segui para a parte superior de meu castelo, e minha visão não foi das melhores, corpos por todos os lados, inclusive o conselho, nada havia restado, do meu mundo, do meu reino tão amado.
Mas quem haveria de ter feito isso? Isso era um ponto de honra a descobrir e me vingar, essa seria minha missão a partir de hoje, a vingança, sobre aqueles que destruiram meu mundo, agora estava realmente sozinha, ninguém havia sobrevivido, e isso me fazia a alma sangrar, quanto mais andava mais via a morte e a dor em minhas terras.
Os corpos inertes na minha frente, seres que tanto amava e me foram fieis por séculos, e não contive as lágrimas, a dor em minha alma era latente.
Descobri que o Vale das Sombras foi violado, todos os prisioneiros tambem estavam libertados, e isso representava perigo maior do que eu podia imaginar, meu coração e minha alma sangravam, nada mais teria de fazer ali, apenas dar um funeral digno a todos os seres das sombras.
Reuni os corpos no salão principal de meu Castelo, seres honrados, perante minha dinastia, orei aos Deuses pela alma de cada um deles, então fiz o que jamais imaginaria fazer, coloquei fogo em meu Castelo, meu amado mundo, tudo havia acabado ali, e me afastei, observava meu mundo sendo aniquilado, destruido pelas chamas, jamais imaginei presenciar isso, meu mundo, minha vida destruidos.
Tentava controlar minhas emoções, não poderia fraquejar, mas sentia minha alma queimar junto aos meus, mas desejava minha vingança, abri minhas asas e segui para o topo da montanha, e ali fiquei observando meu mundo sendo destruido pelas chamas.
Então pensei... no meu grande amor, e dei graças aos Deuses por ele ter partido e estar em segurança, meu coração não aguentaria, se houvessem o matado tambem, fiquei por algum tempo ali, sentindo a dor em minha alma, que parecia não acabar nunca mais, sim.. agora realmente estava sozinha, sem amigos, sem ninguém, deveria recomeçar e caçar os animais que fizeram isso, minha revolta era latente em minha alma. Quando me lembrei da floresta, rezava aos Deuses para que tudo estivesse em paz por la, e segui para o centro dela.
Para minha tristeza não havia mais vida lá, todos aniquilados tambem.... inclusive Zandor, a floresta cheirava a morte, nenhum ser sobreviveu, sentia meu odio aumentar, quem seria capaz disso, devia ter reunido um exercito muito poderoso, e porque não se apossou de minhas terras como era de direito do vencedor da batalha?
Eram mil perguntas que não conseguia responder, minha alma doia, meu corpo queimava, e as lembranças do sangue ingerido me deixava ainda mais desesperada, ouvia gritos, sentia a dor, o desespero de cada ser daquele castelo, a destruiçao, então me deixei ficar ali, perdida em meus pensamentos e no desespero de minha alma.
Parecia que tudo que um dia acreditei, não tinha sentido nenhum, tudo o que construi, foi destruido em segundos, como ninguém conseguiu sobreviver era o que não entendia, nosso exercito era quase invencivel, e o que houve com a magia que protegia esse mundo? Quem é esse ser que foi capaz de destrui-la assim? Seja como for... aquele que um dia falou que meu mundo era vazio, agora tem toda a razão... infelizmente.
Não tinha forças para reagir naquele momento, era tanta dor em minha volta, e em minha alma tambem, que me deixei ficar ali, inerte a tudo a minha volta e esse foi meu maior erro, fechada em mim, em minha dor, não percebi a aproximaçao daquele ser grotesco, que em menos de um segundo cravou suas presas em mim, sugando-me a vida, lentamente, não pensei em reagir, pela primeira vez em minha existencia, me deixei ficar ali, inerte em teus braços, sentindo minha vida sendo retirada lentamente, quando ele me soltou, e urrou....e apenas me disse:
Não terás a morte Lady Drakon... esse será teu castigo... vagará sem rumo... tendo em tua memoria a destruição de teu mundo.... sem amigos, sem ninguém... estou vingado finalmente.
Não consegui distinguir quem é... mas vi teu vulto sumindo por entre a floresta e sua risada mortal ecoando por entre ela.
E ali fiquei... desejando a morte... negada a mim... mais uma vez...