Campo de Trigo Com Corvos
Ele estava perdido, vagando em um campo de trigo com corvos, a olharem para ele voando sobre os trigos. Ele nem sabia como foi para lá, só lembrava que algo o fez bater o carro. Então logo em seguida dormiu e acordou ali no meio do nada em um campo de trigo cheios de corvos.
Céu azul e sol amarelo atrás das nuvens brancas, nada saindo da realidade para um dia tão surreal. Para aquele que ali se encontrava no meio dos trigos sem ter a mínima ideia de como para lá. Nada o ajudava, tudo soava mais distorcido que sua mente. Que já se encontrava perturbada.
Os corvos batiam os olhos, olhos negros como a noite, pareciam está tomando conta de todo aquele campo de trigo. Voavam de um ponto a outro, sempre o rodeando como se estivesse prestando atenção naquele intruso. "Que loucura essa, não dá pra compreender, isso tudo vai além" Era o que passava pela mente dele, como um fio de navalha, suave mas eloquente. O levando para a completa loucura dentro daquele campo de trigo.
De longe tudo parecia uma pintura no horizonte, com pinceladas que refletia o puro sentimento de um grande mestre das artes. E os corvos a se misturar com o azul do do céu, junto com o amarelo do campo, o branco das nuvens. Era tudo tão viajante ater para quem o via de longe, aquele campo de trigo com corvos.
– As nuvens não me orienta, me aprisiona, nesse campo, mas é tudo tão lindo de se ver – disse ele olhando para aquele lindo céu azul de nuvens tão brancas.
Encontrava alguns caminhos entre o campo, mas o levava sempre a viajar, numa viajem de volta ao mesmo lugar. Então algo ele pensa nesses momentos: "Não sei o que sinto, mas é algo além de mim, me sinto preso no encanto desse lugar."
Então numa hora ele resolveu parar, era inútil caminhar e se deitou no meio do campo de trigo com corvos e olhava direto para o azul do céu; para aquelas nuvens tão brancas e suave e adormecia fechando-se seus olhos.
Despertava em seguida em seu carro do lado da estrada e do outro lado dela o campo de trigo com corvos. E ele olhou para o campo e pensava: "Será que foi só um sonho?" – Tiago Amaral (Uma homenagem ao mestre Vincent van Gogh)