Deus está morto do livro O Evangelho dos Passarinhos( em alusão à Nietzsche)
Mp 9 1.13 Deus está morto!
Texto do livro O Evangelho dos Passarinhos
Livro segundo Martim Pescador
O corvo de cemitério,ao cair de uma tarde de inverno,falou,amargamente:”Deus está morto!Feriram-Lhe com a mais perfurante adaga,sugaram-Lhe todo sangue,deixando-O exangue.
Quando agonizava sofreu toda a sorte de vitupérios:”Que fracassado Deus tu és que não atendeu as minhas preces,eu que deitei flores em teu altar. Fizesse,apenas,singelo milagre de salvar-me de mim mesmo!”
Quando o corvo de cemitério silenciou por alguns segundos,a cotovia ,mansamente,falou:
“Amigo ,a vida lhe cravou um punhal em seu coração,pois,dormiu sem sonhar e sua alma permanece adormecida.Ante seu olhar infeliz,desfilaram cortejos sem vida. Todos os sepulcros estão vazios,pois,o Maravilhoso acolhe compassivo aqueles que desistiram de seu caminho...
Ah! Que o Maravilhoso é harmonia no céu e amor na terra...
Não distribui alegria ou tristeza,mas felicidade em si e em todos...
Pobre amigo cuja porta,jamais lhe bateu a ventura de perceber que,mesmo,habitando o imenso dormitório dos mortos,pulsa em seu Eu interior, a vida plena de quimera!”
Sua alma é enamorada ,paciente e mansa e um dia ,Ele lhe levará,ainda que caído,mal conhecido...”
O corvo sentiu,subitamente,a felicidade percorrer todo o seu Ser,iluminou-se de azulado reflexo e a vida transformou o campo da tristeza em alegre jardim,onde aves de diversos matizes de cor,fizeram seus ninhos...
Solilóquio
Ah!Que,súbito,o Deus dos homens adoeceu de morte!
E,não existia salvação,pois,feriram-Lhe a própria essência
Deveras,confiou que a iníqua criatura,mudasse,a sua sorte
Tormentoso caos,divino remorso,assolou a Consciência
Idealizara que o Homem seria ,da criação, coroa dourada
Pobre Deus,quão ingênuo puro em Seus eternos intentos
Transformara em mero espantalho,Sua imagem idealizada
Existencial agonia,apertou-Lhe,fundo,naquele momento!
Resgatei -O,sob pedras ,flores dos jardins da velha ermida
E,Deus,com um coro de passarinhos,dormia e,sonhava,até!
Com as águas cantantes de um riacho a renovar-Lhe a vida
Por certo,quimérica visão,do Homem,devolvera-Lhe a fé...
Ah!que esta ,ainda sofrida beatitude,espalhou-se ,enfim!
Reunindo,aos poucos,pequenos frangalhos da Divina alma
Encontrei,sim, verdadeiro Deus,há muito perdido em mim
E,poderosa energia que em Tudo,emana,tornou-se calma...
Mp 9 1.13 Deus está morto!
Texto do livro O Evangelho dos Passarinhos
Livro segundo Martim Pescador
O corvo de cemitério,ao cair de uma tarde de inverno,falou,amargamente:”Deus está morto!Feriram-Lhe com a mais perfurante adaga,sugaram-Lhe todo sangue,deixando-O exangue.
Quando agonizava sofreu toda a sorte de vitupérios:”Que fracassado Deus tu és que não atendeu as minhas preces,eu que deitei flores em teu altar. Fizesse,apenas,singelo milagre de salvar-me de mim mesmo!”
Quando o corvo de cemitério silenciou por alguns segundos,a cotovia ,mansamente,falou:
“Amigo ,a vida lhe cravou um punhal em seu coração,pois,dormiu sem sonhar e sua alma permanece adormecida.Ante seu olhar infeliz,desfilaram cortejos sem vida. Todos os sepulcros estão vazios,pois,o Maravilhoso acolhe compassivo aqueles que desistiram de seu caminho...
Ah! Que o Maravilhoso é harmonia no céu e amor na terra...
Não distribui alegria ou tristeza,mas felicidade em si e em todos...
Pobre amigo cuja porta,jamais lhe bateu a ventura de perceber que,mesmo,habitando o imenso dormitório dos mortos,pulsa em seu Eu interior, a vida plena de quimera!”
Sua alma é enamorada ,paciente e mansa e um dia ,Ele lhe levará,ainda que caído,mal conhecido...”
O corvo sentiu,subitamente,a felicidade percorrer todo o seu Ser,iluminou-se de azulado reflexo e a vida transformou o campo da tristeza em alegre jardim,onde aves de diversos matizes de cor,fizeram seus ninhos...
Solilóquio
Ah!Que,súbito,o Deus dos homens adoeceu de morte!
E,não existia salvação,pois,feriram-Lhe a própria essência
Deveras,confiou que a iníqua criatura,mudasse,a sua sorte
Tormentoso caos,divino remorso,assolou a Consciência
Idealizara que o Homem seria ,da criação, coroa dourada
Pobre Deus,quão ingênuo puro em Seus eternos intentos
Transformara em mero espantalho,Sua imagem idealizada
Existencial agonia,apertou-Lhe,fundo,naquele momento!
Resgatei -O,sob pedras ,flores dos jardins da velha ermida
E,Deus,com um coro de passarinhos,dormia e,sonhava,até!
Com as águas cantantes de um riacho a renovar-Lhe a vida
Por certo,quimérica visão,do Homem,devolvera-Lhe a fé...
Ah!que esta ,ainda sofrida beatitude,espalhou-se ,enfim!
Reunindo,aos poucos,pequenos frangalhos da Divina alma
Encontrei,sim, verdadeiro Deus,há muito perdido em mim
E,poderosa energia que em Tudo,emana,tornou-se calma...