Uma nova era (revelaçao)
Hoje decidi ir visitar meu amigo Barao Rames, em teu reino, ouvi falar maravilhas de suas terras, e confesso que senti saudades de nossas conversas e sua companhia, que me era tao rara.
Quanto aos motivos de ter-lhe entregue um novo reino, é simples, não queria que ele partisse, e sabia que já se sentia incomodado, ficando na floresta, ele precisava de vida, de uma nova vida, e porque não um novo reino, confiei nele pra isso, já que aquelas terras estavam sem um senhor a muitas decadas, achei adequado presentia-lo.
Chegando a suas terras, me admirei com o que vi, os campos em ponto de colheita, a fartura em suas terras me encantaram, e tive a certeza que escolhi a pessoa certa para comandar, pois notava que mesmo os camponeses, se sentiam felizes, satisfeitos, não se sentiam oprimidos e sim felizes, podia sentir isso neles.
Finalmente cheguei ao castelo e fui cordialmente convidada a entrar, como ele estava lindo, naqueles trajes, não lembrava em nada aquele anjo que um dia conheci, mesmo ele ainda sendo um misterio, eu confiava nele, conversamos animadamente por algumas horas, ele me contando sobre a evoluçao e tudo que havia mudado, alias ele tambem de certa forma estava mudado, algo havia de diferente nele, só não conseguia identificar o que, mas sabia que tinha sido pra melhor, pois teu sorriso estava ainda mais lindo.
Ele me presentiou com um lindo punhal, sabia da minha paixao por armas, feito a mao pelos artesaos do reino, lindo demais, por um segundo uma sombra de lembrança passou em minha mente, e tentei não pensar nisso, era realmente lindo e o agradeci, por tao rico presente, andaria sempre comigo tambem, para minha proteçao pessoal, já que odiava andar com a guarda real.
Hoje vim sozinha , sem minha comitiva, preferia assim, sem muita pompa, e sabia que o caminho tambem era seguro, seria de qualquer maneira eu sendo quem sou.
Entao notei algo, seu semblante havia mudado, parecia preocupado, tentei ler tua mente mas nada, o que estaria o incomodando? Sera que havia sentido finalmente quem eu realmente era, temia por isso, mas tambem precisava contar-lhe toda a verdade, era minha obrigação, como ser aliado de um desconhecido, minha indole em relaçao a ele exigia isso.
Convidei-o para um passeio a beira do mar, o mar sempre me acalmava de alguma maneira, tinha esse poder magico, então nos sentamos, em silencio, sob uma pedra, os dois perdidos em teus pensamentos, ate que iniciei a conversa.
Senhor Barão, podemos conversar.... preciso que saiba uma coisa....
diga nobre condessa
Sabes que existem seres das trevas nessas terras nao sabe? anjos da morte... como dizem...
sim sei condessapor isso estou formando guerreirosSent
nem todos sao maus.... acredite......
é mesmo?
talvez nao deseje minha presença em sua festa soberano.... pois sou um deles.... uma vampira.....mensageira da morte......
Nisso ele me olha, sem entender...
que me dizes é verdade?
sim.... a minha verdade verdade e os irmaos de minhas terras tambem....mas aprendemos a administrar nossa sede
combati as trevas durante boa parte da minha vida combati em cruzadas
Entao deixo minha verdadeira forma, para que ele veja, que não minto, precisava fazer isso, sinto lagrimas em meus olhos, não que me envergonhe do que sou, pois me orgulho disso, de certa forma, é por ser quem sou, que tenho o que tenho, mas talvez ele não entenda, mas não tenho coragem de olhar em teus olhos.
Nesse momento, Fabricio, parecendo sentir algo errado, se aproxima, informndo da reunião, me viro e volto a forma humana, ele não precisaria saber ali, naquele momento, em partes fico feliz pela reuniao, por não ter que enfrentar questionamentos naquele momento, não estava pronta pra isso, nos despedimos, e fiquei ali por mais algum tempo, admirando o mar, ate que meu coração se acalmasse, e retornei a minhas terras, sem me despedir dele, creio que ele entenderia.
Chegando em minhas terras, observo como tudo estava tao tranquilo, sera que tinha feito certo, entregar o segredo de nosso mundo assim? Embora a maioria não se ocultasse e deixassem sua essencia falar mais alto, me sentia mal com isso, alguns dias se passaram, e vi que nada mudara, estava tudo da mesma maneira, e isso era bom.
Numa certa manhã, recebo um mensageiro do reino do Barão, era um convite, informando sobre a festa da colheita em suas terras, e um baile, me lembrei de quanto tempo não frequentava a corte e seus bailes, me mantinha ali cativa em meu canto, e fiquei feliz pelo convite, por mim e pelo os meus, precisavam disso, e agradeci imensamente o convite, na realidade me senti honrada, pela confiança e amizade, parece que nada havia mudado apesar da revelaçao.
Alem do convite, ganhei um lindo presente, um colar que pediu para ser usado na noite do baile, me sentia viva com tudo isso, o mensageiro voltou sem a resposta infelizmente, apenas deixou o que devia e partiu, talvez essa tenha sido a ordem do Barão, teria de respeitar.
Informei a todos sobre o convite, e ficaram animados, isso faria bem aos dois reinos, tenho certeza disso, os dias passaram rapido, e o dia do baile se aproximava, nesse periodo não mais vi o Barão Rames, pois sabia que tinha suas ocupaçoes, e eu as minhas, mas mesmo assim meu coração estava apreensivo, enfrentar a sociedade novamente, não estava em meus planos, mas não poderia ignorar o convite de um amigo, eu sabia disso e também os nobres de meu castelo estavam animados não poderia decepciona-los, com uma negativa de minha parte. Minhas servas me trouxeram os mais lindos tecidos, para que escolhece sobre a confecção de um vestido novo, mas hoje estava sem animo pra isso, algo me fazia me abater, mas procurei não demonstrar, deixei por conta delas a decisao, sabiam minhas medidas e meus gostos, não tera problemas com isso. Voltei para meus aposentos, precisava pensar, entender, porque mesmo sabendo quem sou o Barão deseja ainda minha companhia, ainda mais em um baile de sociedade, estaria eu pronta pra enfrentar isso novamente depois de tantos seculos? Eu não sei....