(Talvez o mistério de estar vivo, seja o que mais impulsione o ser humano...)
              

                    Após exaustiva caminhada, olhos lancinantes sob o sol da tarde, volto-me à tantas pegadas, buscando relembrar tropeços impingidos pela vida. Muitos, que nem sei... Não enxergo os erros cometidos, talvez, porque não os queira ver. A minha existência, somente essa mínima fração, um desacerto. Não sou como  as gaivotas, que em seu vôo tão certo ao alimento, são plenas.  Certeza é algo que não tenho. Mas, me faz imaginar... Algo me diz que assim, seja melhor calar estancar o impeto, não sei. Na verdade, não sei o que buscar, onde ir ou o que devo alcançar. Mistérios me surpreendem além da aquiescência. Certa feita, imaginei tudo ter descoberto, satisfeito com isso, sentei-me à beira de um cais. A água marujava meus pés,  quando percebi o choro de uma criança, perguntei-lhe porquê chorava. Então pude ouvir: 
- Se descobre-Me, finda-se o encanto!

                                                                          Março/2017.