O Cérebro e eu
- Bom dia Cérebro, quer dar-me uma palavrinha?
- Já lhe dei todas as que sabe mas volto a repetir as que quiser.
-Obrigado, não será preciso chegar a tanto. Conte-me por exemplo como se sente hoje, por obséquio.
- Hoje por acaso sinto-me um bocado inchado.
- Ó diabo, terei de tomar algum comprimido? É que isso geralmente significa dor de cabeça...
- Pois, irá doer-lhe mais a si que a mim.
- De qualquer forma, as consequências podem ser graves também para o meu amigo. Dependendo das causas e da gravidade do edema. Pode ser preciso aliviar a pressão. Não quer que chame o médico? Pode ser preciso abrir a toca.
- Boa metáfora, geralmente basta abrir um buraco, com broca.
- Um orifício para alívio do Cérebro... de broca...
- Ahahah , está inspirado.
- Pelos vistos porque o meu amigo está iluminado. Mesmo sem estar na melhor das formas.
- Pode ser que seja condição passageira. Por acaso não tem por pistas que ajudem a explicar o fenómeno?
- Como assim?
- Alguma coisas que tenha feito nas últimas 24 horas que possa estar na origem deste aumento de líquidos no seio das minhas células...
- Nada. Estou a subir umas escadas.
- A subir escadas. Há quanto tempo?
- Desde anteontem.
- Está a subir escadas há mais de 24 horas? Mas porquê?
- Porque as escadas ainda não acabaram.
- E onde vão dar essas escadas?
- Não sei, ainda não cheguei ao fim.
- Está explicado o problema: falta de oxigénio.
- Olhe amigo mas eu continuo bem.
- Não vê que em breve ficará afectado?
- Nesse caso tenho de ir mais depressa.
- Não! Isso só vai agravar o problema.
- Sim, mas o que é importante é alcançar o objectivo.
- Mas qual é o objectivo?
- Não sei, mas assim que chegar lá acima conto-lhe.
- Ó homem não vai conseguir dizer nada, desfalecerá.
- Tem a certeza?
- Não há certezas. Só probabilidades.
- Óptimo, então há esperança.
- Irra que é louco!
- Isso quer dizer que o amigo é fraco?
- Não, apenas quer dizer que não me dá ouvidos.
- Dou, dou, o que tenho estado aqui a fazer este tempo todo senão a ouvi-lo?
- Não vejo que me esteja a ouvir.
- E eu não oiço que me esteja a ver.
- Brinca comigo?
- É um convite?
- Estou a perder a paciência.
- Boa, também sou impaciente, seremos mais unidos desse modo.
- Não creio que isso venha a ser possível.
- Ó criatura de pouca fé!...
- Olhe, se não se importa vou sonhar.
- Força, eu vou continuar a subir, não se incomode, sou sonâmbulo.
- Boa "sonambulice".
- Sonhos "cor-de-prosa".
- Bom dia Cérebro, quer dar-me uma palavrinha?
- Já lhe dei todas as que sabe mas volto a repetir as que quiser.
-Obrigado, não será preciso chegar a tanto. Conte-me por exemplo como se sente hoje, por obséquio.
- Hoje por acaso sinto-me um bocado inchado.
- Ó diabo, terei de tomar algum comprimido? É que isso geralmente significa dor de cabeça...
- Pois, irá doer-lhe mais a si que a mim.
- De qualquer forma, as consequências podem ser graves também para o meu amigo. Dependendo das causas e da gravidade do edema. Pode ser preciso aliviar a pressão. Não quer que chame o médico? Pode ser preciso abrir a toca.
- Boa metáfora, geralmente basta abrir um buraco, com broca.
- Um orifício para alívio do Cérebro... de broca...
- Ahahah , está inspirado.
- Pelos vistos porque o meu amigo está iluminado. Mesmo sem estar na melhor das formas.
- Pode ser que seja condição passageira. Por acaso não tem por pistas que ajudem a explicar o fenómeno?
- Como assim?
- Alguma coisas que tenha feito nas últimas 24 horas que possa estar na origem deste aumento de líquidos no seio das minhas células...
- Nada. Estou a subir umas escadas.
- A subir escadas. Há quanto tempo?
- Desde anteontem.
- Está a subir escadas há mais de 24 horas? Mas porquê?
- Porque as escadas ainda não acabaram.
- E onde vão dar essas escadas?
- Não sei, ainda não cheguei ao fim.
- Está explicado o problema: falta de oxigénio.
- Olhe amigo mas eu continuo bem.
- Não vê que em breve ficará afectado?
- Nesse caso tenho de ir mais depressa.
- Não! Isso só vai agravar o problema.
- Sim, mas o que é importante é alcançar o objectivo.
- Mas qual é o objectivo?
- Não sei, mas assim que chegar lá acima conto-lhe.
- Ó homem não vai conseguir dizer nada, desfalecerá.
- Tem a certeza?
- Não há certezas. Só probabilidades.
- Óptimo, então há esperança.
- Irra que é louco!
- Isso quer dizer que o amigo é fraco?
- Não, apenas quer dizer que não me dá ouvidos.
- Dou, dou, o que tenho estado aqui a fazer este tempo todo senão a ouvi-lo?
- Não vejo que me esteja a ouvir.
- E eu não oiço que me esteja a ver.
- Brinca comigo?
- É um convite?
- Estou a perder a paciência.
- Boa, também sou impaciente, seremos mais unidos desse modo.
- Não creio que isso venha a ser possível.
- Ó criatura de pouca fé!...
- Olhe, se não se importa vou sonhar.
- Força, eu vou continuar a subir, não se incomode, sou sonâmbulo.
- Boa "sonambulice".
- Sonhos "cor-de-prosa".