Verdades - O passado
Essa noite algo aconteceu, o inexperado, que viria a mudar toda a minha existencia.
Um nobre cavaleiro templario, pede abrigo em minhas terras, o que concedi com toda certeza, algo me unia a ele, e mesmo não querendo acreditar sabia que pagaria pelos meus erros, muito em breve.
Ele estava em busca de respostas, sobre sua existencia e teu passado, e sabia que as respostas encontraria em mim, por mais que tentasse desvincilhar de suas conversas.
Eu sabia quem ele era, apesar de estar diferente, com uma nova essencia, era ele, meu amado Cavaleiro, o qual mordi e abandonei para salvar-lhe a vida em minha adolescencia.
Teria de contar-lhe a verdade, mostrar-lhe o que ele desejava, mas o peso em meu coração estava demais, na presença dele, e no fundo sabia que ele tinha motivos para exterminar comigo naquele momento, mas ao contrario do que esperava, ele entregou-me a espada em prova de sua confiança a mim, sabendo que jamais faria mal a ele, e que estaria protegido em minhas terras.
Deixei que alguns dias se passassem ate ter coragem de enfrenta-lo novamente, dizer-lhe a verdade que tanto procura, ao menos a minha verdade, ou talvez ate onde eu pudesse me recordar, então combinei de encontra-lo mais tarde na floresta negra, já que tinha me relatado que tinham ousado ataca-lo em minhas terras, e eu descobriria quem era antes de ir ao encontro dele, e garanto o fim dele não seria o melhor, não hoje, que deixei que minha furia se despertasse, apenas pelo poder da caça.
Sabia que estava no mundo dos humanos, mas sabia tambem que esses incredulos não acreditavam nos seres de meu mundo, então seria mais facil, não deixando rastro, bem mais divertido eu diria.
Era quase meia noite, sabia que o cavaleiro templario, supostamente já estaria em segurança na cabana, então segui para a floresta, começa a caça, tudo estava calmo demais, mas sentia que algo estava fora da ordem, os seres da noite estavam agitados demais, e não era por causa de minha presença, porque já tinham se adaptado com ela, estava pronta para agir, caso necessario fosse, não demorou muito e descobri a direção de onde vinha toda agitação e segui pra la.
E para minha surpresa, era um Lycan, atacando um unicornio, que todos sabem é um animal sagrado, mesmo para seres como eu, soltei um grito, para tirar-lhe a atençao e assim ele conseguiu fugir e ficar em segurança, ele virou-se para mim e só então, dscobri quem era, o senhor das terras do norte, o que ele estaria fazendo em minha floresta?
Ele virou-se para mim furioso, e veio ao meu encontro, nesse momento já estava com meu punhal e minha espada, mas tentei dialogar antes, não queria feri-lo, nem tao pouco mata-lo, queria a paz apenas, foi então que ele disse:
Finalmente tua verdadeira face... sabia que viria!
O que deseja em minhas terras? Pedi-lhe que não viesse aqui e que deixasse os seres em paz!
Não sabe o que quero Condessa? Sua morte... quero me vingar.. a decadas procuro você, e finalmente encontrei-a para vingar a morte de meu Soberano, pensou que teu segredo não seria revelado? Eu estava la.... esqueceu-se... vi o que fez... apenas me calei na época porque não acreditariam em mim!
Não sabes o que fala, fiz o que fiz, porque foi necessario, o reino estava em risco, sabes disso!
Mentira! Fez isso porque não suportou ser pretedida pelo meu Senhor, saber que não significava mais nada pra ele, mas ele precisava de você, para manter a ordem em nossas terras, nada mais ! Mas não se preocupe, quero que sofra Vampira maldita! Antes de acabar com você, acabarei com algo que lhe é precioso, e sentirá a dor que nós Lycans sentimos com a morte de nosso Soberano!
Não pense que não sofri com a morte de LOBO NEGRO, sofri e muito, e trago o peso em minha alma pelos meus atos, ninguém deve ser punido pelos meus erros, sabes disso, peço que se retire dessas terras, alias desse condato, para o seu bem.
Uma ameaça? Não tenho medo de você!
Devia ter sabia, sabes do que sou capaz!
Tenho algo pra fazer antes Vampira, matar alguém que já devia estar morto a seculos, e você sabe quem é! Prometi isso a teu pai, quando ainda o servia, caça-lo ate a morte, você soube guardar bem teu bichinho de estimação, não é?
Ele não é meu bichinho de estimação, sabes bem disso ! Fique longe de templário,ou sentira as lâminas de minha espada em tua carne, e arrancarei teu coração com meu punhal.
Quando eu disse isso, ele avançou sobre mim, mesmo eu não desejando guerra tive de enfrenta-lo, era muito mais forte do que eu imaginava que fosse, é claro, muito maior que eu em sua forma de Lycan, mas eu sou uma guerreira, a lider dos Drakons, meu instinto naquele momento falou mais alto, uma vez guerreira, sempre guerreira, a luta não foi facil, senti a lamina de sua espada rasgar minha carne, mas não desistiria assim tao facil, rogava aos deuses para proteger um inocente, não seria justo alguém pagar pelo meus erros.
Depois de algum tempo, o vejo tombar, aos meus pes, pego minha espada e arranco-lhe a cabeça, soltando um urro assustador, minha essencia de vampira estava de volta ainda mais forte do que fui, mais poderosa que esse maldito lycan, arranquei teu coração com meu punhal como disse que faria, exibia meu trofeu a mim mesma, venci, saberia que pagaria o preço por tal feito, mas estava pronta pra isso.
Só entan notei meu ferimento, e voltei a sentir a dor em minha carne, tentei me concentrar nisso, me recompor, ainda teria de encontrar com o Cavaleiro naquela noite, e precisaria estar bem, é claro que não levaria a cabeça do lycan para ele, mas avisaria que já estava tudo resolvido, e que não corria mais risco naquelas terras.
Fui ate o riacho, me lavei, precisava me recompor , logo teria de ir a cabana contar toda a verdade ao Cavaleiro, embora ache que ele já saiba, chegando la, liberei Drako, meu dragão, que ficou de guarda, e avisei-lhe que deixei uma bela refeiçao, que se divertisse, e assim ele voou.
Tentei me acalmar, acalmar minha alma, que estava agitada demais, contar o que deveria ao templario não seria facil, mas era o melhor a fazer, mais uma vez o passado me condenava, e me fazia pagar o preço pelos meus erros, então bati a porta e ele autorizou-me a entrar.
Tive de esconder meus olhos mais uma vez, de templario, ao menos por alguns segundos, não desejava que ele me sentisse a fera, e sim a Duquesa que ele conheceu, cumprimentei-o educadamente, então me convidou para sentar, sabia que não podia adiar mais essa conversa então lhe disse tudo, não escondendo nada, inclusive sua transformaçao apesar de ser incompleta, ele tinha alguns de meus poderes qu lhes foram presenteados, mas graças a Feiticeira Negra, não desenvolveu a essencia vampirica, ela limpou teu sangue, como havia pedido, e o escondeu por seculos, da caça dos servos de meu Pai, ao qual eu disse que o havia matado, que queria apenas teu sangue e nada mais, mesmo sabendo que era mentira, o que aconteceu depois disso eu não soube contar, pois havia viajado mais para o norte, assumir os dominios das terras do meu pai, então aguardei meu veredicto, que não foi dado nessa noite, ele pediu-me para deixa-lo só precisava pensar e digerir sobre tudo o que ouviu, sobre meu amor por ele, sobre o que fiz com ele e porque o abandonei, então deixei a cabana, alcei asas e voei para o alto das montanhas, realmente precisava ficar sozinha, cuidar de meus ferimentos, não só do corpo, mas da alma tambem, fiquei feliz por templario não notar meus ferimentos escondidos pelas vestes tao delicadas, então deixei que minhas lagrimas caissem, não pela dor fisica, não me importava com ela, mas pela dor que ia em minha alma, em meu coração, meus ancestrais tinham razao, o passado deve ser esquecido, apesar de tudo, mas como lhidar com sentimentos tao fortes? Ainda não aprendi isso, passaria o resto da noite nas montanhas, não estava pronta para enfrentar ninguém naquela noite, e templario, talvez não mais o encontrasse, quando retornasse para minha mansão.
O que me resta e esperar.. nada mais, o julgamento sera feito, e veremos qual sera o veredicto.