A fada e o anjo

Era final de tarde em pleno verão, passeava pela floresta como em todos os dias, mas uma coisa me deixou intrigada os animais estavam agitados demais, pareciam ter medo de algo, mas ainda não sabia do que, resolvi investigar pois poderia ser perigoso para todos.

A confusão vinha de próximo de uma caverna, a beira do riacho, achei estranho porque ali era um lugar sempre tão tranquilo, então pedi calma, não devia ser algo tão serio, apenas a noite, não se era aconselhavel andar pela floresta, os seres da noite eram os soberanos nessa hora, e todos sabiam disso.

Adentrei na caverna, acompanhada apenas dos Lobos, que podiam me ajudar caso algo grave acontecesse, estaria segura com eles, logo encontramos o que estavamos procurando, bem no fundo da caverna repousava um ser, que na realidade não sabia identificar, pois não sentia sua essencia.

Pedi a eles que ficassem alertas, mas não se aproximassem, não colocaria em risco meus amigos.

Me aproximei lentamente, parecia ferido, não sentia o mal nele, mas tambem não sentia o bem, parecia desfalecido, estaria morto? Toquei sua pele, era fria, deduzi que devia ter morrido a algum tempo, tentei sentir teu coração e nada, quanto tentei abrir sua blusa para tentar escutar se o cocação ele agarrou minha mão e soltou um urro.

Tentei me soltar, não consegui, tive medo dele, naquele momento, os lobos se agitaram muito mais, mas fiz sinal para se manterem distantes, então tentei falar com ele.

Tenha calma, vim em paz, não pretendo fazer-lhe mal !

Ele olhava-me apenas, observava-me como uma fera analisa sua caça, temi pela vida de todos, mas tentei manter a calma, afinal não sentia o mal nele.

Quem é você? O que quer? - disse ele em uma voz baixa

Sou Maya, uma amiga... pode confiar, você esta fraco, ferido, precisa de ajuda.

Nesse momento, ele soltou uma garganhada sombria, então vi suas feridas se fechando, como que num passe de magica.

Nao preciso de ajuda mocinha, ao contrário quem precisara é você, se não sair daqui agora!

Dizendo isso me empurrou, e acabei batendo nas paredes da caverna, dando mal jeito em meu ombro com a queda, a dor foi quase que insuportavel, mas me manti ali caida, com lagrimas nos olhos, observando-o, porque tudo isso, eu não entendia, então tentei me levantar, não consegui, então fiquei ali mais algum tempo, ate a dor passar e pudesse me movimentar.

Pedi aos lobos que saissem, que afastassem todos daquela area, jurei que estaria segura e que nada de mal me aconteceria, mas precisava que fossem ao auxilio dos animais e os acalmassem, então eles se retiraram.

O estranho apenas me observava, quase tao curioso quando eu, quando a quem ele era, um silencio se fez, por algum tempo, até que arrisquei falar com ele, mais uma vez.

Ninguem aqui vai lhe fazer mal, tenha certeza disso, peço que não ataque meus amigos, por favor.

Nao atacarei ninguém – disse ele numa voz fria. - Estou apenas de passagem, parei aqui apenas para esperar a noite novamente e poder partir, em breve estarei longe !

Era um dos seres da noite, das trevas, que habitavam a floresta durante a noite, por isso não podia senti-lo nem saber quem era, tinha certeza disso, então mais calma, mas ainda com o coração aos saltos, tentei me levantar novamente, agora apoiada por entre as paredes, quando ele veio ao meu auxilio.

Desculpe, não pretendia machuca-la assim, só queria que se afastasse, você não deveria estar aqui, sabia disso menina?

Não sou menina... e a floresta é meu lar, só queria ajudar, pois todos os animais estavam alvoroçados com sua presença, pensei que precisava de ajuda, nada mais!

Como vê, não preciso de ajuda de ninguém, estou bem, vá embora, fique longe, não quero machucar você!

Entao, fiquei ali por mais algum tempo, ate que não sentisse mais a dor, aquele silencio me deixava nervosa, apenas nos obsrvavamos mutuamente, sem nada dizer, ate que sem olhar pra tras, me afastei dele, a noite se aproximava, sabia que não chegaria a tempo a minha casa, a noite ia cair antes do que imaginei, estaria sozinha, na floresta, a noite e jamais tinha feito isso antes, teria de confiar em meus instintos, todos os animais tinham se retirado, como eu pedi, então tentaria encontrar algum lugar seguro, ao menos ate o amanhacer, sei que não notariam minha falta, porque morava sozinha no centro da floresta, e lentamente seguia pra la.

Os sons da noite me davam medo, um medo que jamais senti, e uma sensação de estar sendo observada a todo momento, mas não via ninguém. De repente, um ser grotesco, aparece a minha frente, solto um grito, então ele fala.

Ora, ora, uma fada a essas horas na floresta? Não sabe que a noite pertence a nos sua abusada? - dizendo isso se aproximava mais e mais de mim.

Tentei sair correndo, mas não saberia pra onde ir, ele estava na única passagem segura da floresta que conhecia, tremi, mas tentei me manter a calma e dialogar.

Por favor, não pretendo brigar com você, só quero seguir meu caminho, não era pra estar aqui agora, e não quero problemas!

Ah... a Fada não quer problemas? Voce não é problema, você é a solução, sabia que seres como eu adoramos sangue de Fada? Mas antes vamos nos divertir um pouco, aposto que vai gostar!

Me desesperei nesse momento, tentei correr, mas não sei porque não conseguia me mexer, meus poderes a noite não eram tão potentes, pois vivia da luz e não da escuridão, de repente senti aquele ser em cima de mim, sua energia era medonha, gritei, mas sabia que ninguém iria me socorrer, me debatia, ele me jogou no chão, sabia exatamente o que ele queria, o mordi com força, ele riu, eu sabia que estava impotente naquele momento, mas não me renderia, aquele monstro, teria de me matar, se me quisesse como femea, minhas forças estavam se esgotando, ele sugava minha energia com uma facilidade tremenda, estava ao ponto de desfalecer, quando de repente, sinto aquele peso sair de cima de mim, respirei aliviada, mas a cena que vi eu realmente não esperava.

Aquele ser da caverna, veio ao meu auxilio, mas porque? Vi aqueles dois seres se atracando, era assustador, ate que aquele ser da floresta, mordeu-lhe a jugular e secou-lhe as veias, descobri então o que ele era, um vampiro, jamais tinha visto um, fiquei ali, imovel assistindo aquela cena, tentava recobrar minhas forças, para sair dali sem ser notava, mas estava fraca demais., quando vi ele jogando o corpo de lado e se virar pra mim, e se aproximou.

Voce tá bem? - me perguntou docemente.

Uhum, graças a você... obrigada! - respondi com vo\ baixa.

Então ele me pegou no colo, com tanta facilidade, era bem forte, e alçou voo, me segurei em seu pescoço, a floresta parecia tao linda a noite, apesar do medo e das emoçoes que sentia, meu coração parecia mais calmo, quando me vi, estava novamente na caverna, ele me colocou delicadamente no chão, e se afastou, e de costas disse.

Nao devia andar pela floresta a noite mocinha!

Eu sei... foi um mero acaso, obrigada senhor.... salvou minha vida.

Ele se mantinha de costa, agora retornava a forma humana, era tao lindo, quando voltou ao normal se aproximou, eu estava ferida, mas não me importava com isso apesar da dor, quando ele tocou meu rosto, senti suas maos frias, mas não tive medo.

Voce esta machucada, fique aqui ate o amanhecer, ok? Estara segura aqui...

Obrigada.. sera que podia me dizer seu nome?

Andrew.. me chamo Andrew...

Obrigada sr Andrew, por ir ao meu auxilio, se não fosse você, estaria morta agora, e admito não estava pronta pra isso. - falei tentando sorrir. - Porque fez isso?

O que? - disse ele secamente.

Enfrentou aquele demonio. Podia ter seguido seu caminho.

Nao poderia deixar ele matar você, e foi uma maneira de me desculpar com o que fiz com você, estamos quites!

Calmamente, ele se aproxima de mim, rasga um pedaço de sua camisa, e começa a limpar meus ferimentos, com tanto cuidado, que não podia acreditar que aquele ser era das trevas, ele tinha sentimento, agora tinha certza disso, meu coração batia descompassado, estava perdendo os sentindos, sabia disso, minha energia, estava completamente, baixa, precisava me concentrar.

Notei que ele tinha olhos lindos, quando nossos olhos se cruzaram, sorri, sem graça, e sem querer soltei um gemido de dor, quando ele tentou limpar os ferimentos dos meus braços, pela luta com aquele monstro. Ele parou, foi ate o rio, pegou agua e voltou, me entregando, beba um pouco, vai se sentir melhor, bebi sem falar nada.

Entao ele se sentou, do outro lado da caverna, não dizia nada, e eu não queria ser chata, fiquei perdida em meus pensamentos, aproveitei terminar de me limpar com a agua oferecida, a energia da agua, me ajudou um pouco, a me acalmar, já não em sentia tao fraca. Ate que ouço ele dizer.

Durma um pouco, precisa descansar.. ficarei aqui... caso precise de algo.

Tentei me ajeitar, mas com meu ombro deslocado era complicado, então ele se aproximou e disse, isso vai doer, mas é necessario mocinha, dizendo isso, me levantou, e colocou seu corpo completamente colado ao meu, e em um só gesto recolocou meu ombro no lugar, foi uma dor quase insuportavel, soltei um grito, então ele me abraçou e não fiz menção de sair, me sentia segura ali, em seus braços, afinal ele havia me salvado. Ate que vejo ele se afastar de repente e dizer friamente.

Durma!

Nao entendi nada, apenas me ajeitei no canto da caverna, e quase sem querer, mesmo com os pensamentos confusos, o sono chegou, quando despertei ele não estava mais la, mas notei que estava coberta com uma especie de sobretudo, era dele, eu sabia.

Me levantei, já era dia, me banhei no rio, estava finalmente segura, era dia, e segui para meu lar, mas essa noite jamais esquecerei, sera que o verei um dia novamente? Nao sei.. mas meu coração espera que sim.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 12/03/2016
Código do texto: T5571253
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