Entre o Céu e o Inferno -Parte II
     O deputado corrupto viu que não tinha outra opção a não ser voltar para o seu assento.
     Finalmente, chegou a vez do primeiro deputado ser atendido. A moça deu-lhe um cartão branco.
     -O senhor soube viver bem sua vida e ajudar seus semelhantes, Está apto para seguir direto para o céu. A menos, que tenha alguma objeção.
    -Não! - exclamou o bom político, -Eu estou pronto para ir.

      Quando chegou a vez do segundo político, entretanto, ele recebeu um cartão vermelho.
     -O senhor passará por um julgamento. -disse a atendente - Caso o júri seja favorável, terá um período de reabilitação e então, talvez, terá uma chance de entrar no céu.
     Antes que o homem dissesse alguma coisa, dois anjos se aproximaram e o seguraram pelos braços.
     -Por aqui, Senhor!-disse enquanto o conduziam para uma salinha.
       Havia um anjo ainda mais imponente sentado em uma cadeira, que o intimou a sentar-se.
     -Qual é o caso?-perguntou o anjo juiz.
      -Político desonesto... –respondeu um dos anjos.
     -Deixe-me analisar as acusações... –disse o juiz olhando um papel que o outro lhe estendeu.
         E após alguns segundos:
     -O caso é grave! Não há nada de bom em sua vida. Era caso de condenação direta.
     -Mas eu sempre fui uma boa pessoa. –protestou o deputado -Fazia projetos para a educação, para os idosos...
     -Disse certo senhor... projetos! Eles nunca saíram do papel, mas as verbas entraram em seu bolso.
     -Mas eu fiz muita coisa- disse o político engasgando – Quando morri, estava a caminho de inaugurar uma escola...
     -A qual construiu com tijolos de sétima categoria... mal acabou de construir já estava com rachaduras...
     -Ajudei a denunciar os políticos corruptos...
     -Preferia que tivesse denunciado a ti mesmo.
     -Dei cestas básicas para os pobres...
     -Somente para ter votos.
     -Mas eu.. eu –dizia o político que não se lembrava de nada bom que tivesse feito na vida, há não ser... –Quando era jovem, eu ajudava nos projetos sociais...
     -Ótimo! Porque não se manteve no bom caminho? O que importa é o presente. E como não tens nada de bom, seu julgamento aqui termina.
     -Não! -disse o homem desesperado, apelando para a falcatrua – Eu tenho muito dinheiro... talvez tenha algo que queiras: O céu deve ser tão parado, talvez queira passar umas férias no Caribe entre farras e bebedeiras.
     -Acabastes de perder sua última oportunidade. –disse o anjo sério – Bem se vê que não pertences ao Paraíso. Nem mesmo aqui recobrastes o juízo. Sua condenação já foi por você assinada. Que venha o próximo político.

(continua)

 
Fran Macedo
Enviado por Fran Macedo em 14/08/2015
Reeditado em 05/09/2015
Código do texto: T5346585
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