"AQUELE ABRAÇO" Conto surreal de: Flávio Cavalcante

AQUELE ABRAÇO

Conto surrealista de:

Flávio Cavalcante

Existem coisas surreais que a gente dúvida se é surreal mesmo. Muitas vezes a realidade tá presente dentro de nós que a surrealidade passa despercebida.

Ontem sonhei com a minha mãe. Este ano de 2015 de nosso senhor Jesus Cristo faz exatamente seis anos de seu traspasse para a eternidade. Não consigo descrever em palavras o tamanho do amor e saudade que sinto. Já tive outros sonhos no mesmo teor, mas este, teve uma especialidade. Senti seu cheiro, seu carinho e eu pude sentir o também o tamanho da sua saudade dos de cá e alegria de estar ali do meu lado naquele momento. Para mim foi uma ocasião especial. Aliás, momento como este é sempre especial na vida de qualquer um. Um presente de Deus. Acho que ter uma oportunidade de pelo mesmo sonhar com um ente querido que partiu para a eternidade é um merecimento para poucas pessoas e eu me sinto lisonjeado por estar nesse estágio. Eu me sinto um privilegiado e agradecido aos céus por ter a oportunidade de ter um momento tão especial.

No sonho eu chegava numa espécie de depósito de uma área imensa. Parecia uma fábrica ou algo comercial. Quando tive a linda surpresa dela estar ali me esperando bem mais jovem e com um sorriso contagiante estampado no rosto . Parecia também estar me esperando para aquele momento surpreendente.

Assim que eu a vi não contive as lágrimas e corri para seus braços explodindo de alegria e saudade, mas foi tão apertado aquele abraço que eu senti a respiração ofegante e a sensação de aproveitar aquela oportunidade de poder abraçar fortemente aquela rainha que seis anos atrás deixou tanto órfãos de saudades.

Ainda abraçado, ela disse que estava de volta e estava muito feliz. Cada palavra soltada ao vento pela sua voz era um soluço de alívio misturado com choro. Mas não era um choro comum. Era um choro de alívio descarregando um peso de tanta saudade acumulada.

Saí do surreal e a realidade entre quatro paredes em meu quarto às 4:30 da matina marcada pelo relógio em cima da mesa do computador, foi inevitável ainda despertar em soluços com um choro engolido. A sensação ruim foi cair na realidade e saber que tudo não passou de um sonho.

A sensação de felicidade veio de imediato. Sem conseguir dormir, tive que deixar registrado esse momento crucial até os dias de hoje que a cada lembrança desse anjo que está em algum lugar certamente de amor e paz nos dá a certeza que vale a pena viver cada segundo de nossa vida cumprindo seus ensinamentos e tentando seguir o seu exemplo de amor, trilhando o mesmo caminho, para quem sabe um dia este surreal passe a ser uma realidade feliz e palpável.

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 20/06/2015
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