Trono

Queria que todos soubessem que a princesa vive acorrentada ao trono, que seu sorriso-quase sempre- é uma máscara; que seus gritos eufóricos são de dor, que se uma vez ou outra ela sorri é por amor.

Há quem diga que a submissão da princesa é a sua mais forte amarra, mas não seria a mesma submissão que prendia o Prometeu a rocha? Ou seria a teimosia... Sim; a teimosia a fazia consentir, calar e amar.

Mas o que a matava não era o trono nem a coroa enferrujada, tampouco as amarras que a prendiam. Ela morria pelas adagas inflamadas que lhe atingiam; mal sabem eles o poder da opressão, a menina hora vive, hora morre, ou será que mata? Mata sonhos, esperanças...

A pequena janela a sua esquerda é tudo o que dá para o mundo, ela sabe que lá fora não é tão belo, mas nada lhe faria tão bem quanto pensar que era sua a decisão de não pisar em solo hostil.

Ela agoniza de dor...resiste...e jura em pensamentos secretos que vai libertar-se e só aí então poderá rugir como leão, se desfará da coroa enferrujada e colocará em sua cabeça a coroa que verdadeiramente a fará dona de um grande reino onde não há dor, nem correntes, nem mentiras um lugar onde quem é libertador não vive em masmorras, um lugar onde o Prometeu é o rei!

Jhullie Silva
Enviado por Jhullie Silva em 01/06/2015
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