A noiva que não era cadáver
Tudo começou porque a bela moça de tão linda que era, só ouvia o dia inteiro.
- Nossa, Que bela! É a noiva que minha mãe deseja para mim.
Ou ainda: - Fiu, Fiu..., Onde é o endereço do paraíso? Vou me mudar pra lá.
Como também: "Nossa! Não melhora, senão estraga, belezinha!...."
Consciente da beleza e acostumada a tantos elogios, estranhava o si-
lêncio, assim como também a decadência.
Até que aconteceu... Um dia ao sair à rua, não ouviu uma piada,
nem elogio.
Ela então preocupada com a sua fama de miss, voltou para casa desolada.
- O que havia ocorrido? Enfeiou? A maquiagem borrou. Será que os cremes de beleza estragaram sua pele? ou, Será que a falta de sol impedia que todos de admirassem a sua face?
Assim, não dormiu por dias. Deixou-se estar dentro de caixas e caixas do mais doce chocolate. Até que suas formas mudaram seu visual de forma nada simpática, ou generosa.
A falta de sono deu-lhe olheiras e a comida, coceiras.
O pior é que passou a vestir-se só de preto e cobria o espelho, para não se assustar ainda mais.
Também fugia dos amigos, e só se contentava com a porta do cemitério, onde velava sua beleza já enterrada.
Até que um dia um belo jovem médico cirurgião plástico deparou-se com a infeliz, que tonta de sono e fome agonizava na própria desgraça, sem ver até a ponta de seu próprio nariz.
Ele encantado, a tratou com carinho. Levou-a para casa... E encarnando um Dr. Frankstein transformou a moribunda num só viço de energia e fulgor. E só sei o que dizem, por aí:
Que tudo aquilo acabou num estranho casamento... de um jovem e belo príncipe com a mais bagunçada e bela noiva que um dia quase virou cadáver.