A RAIZ DE UM VAQUEIRO
QUANDO EU ERA CRIANÇA.
GUARDO EM MINHAS LEMBRANÇAS.
O MEU TEMPO DE INFÂNCIA.
MEU PAI ERA BOIADEIRO MAS
CANSOU DA VIDA DE VAQUEIRO.
JUNTOU TODA A SUA GENTE.
E SAIU CORTANDO AS CAMPINAS
DA CIDADE DE CARATINGA.
ESTA FOI A SUA SINA.
FOI TRABALHAR LÁ NA USINA
NA CIDADE DE IPATINGA.
LÁ CHEGOU SÓ COM BAGAGEM
MAS O POUCO QUE ELE TINHA.
GANHOU COM DIGNIDADE!
SÓ LEVOU UMA CABRITINHA.
MAS SEU LEITE ERA SAGRADO
FOI COM ELA QUE MINHA MÃE,
TEVE OS FILHO ALIMENTADOS.
MAS TUDO ESTAVA AMARRADO,
ONZE FILHO FOI CRIADO APERTADO EM UM BARRACO.
MINHA MÃE BATALHADORA,
COM A VIDA NA DUREZA,
FOI TRABALHAR DE CANTINEIRA.
NO COLÉGIO DA CIDADE.
MAS NEM TUDO ERA PERDIDO,
MEU AVÔ ENTRISTECIDO.
CONTINUA A SUA LIDA;
NA CIDADE DE CARATINGA.
E PRA NÃO VÊ NETO SOFRER,
TODO MÊS VINHA TRAZENDO.
MILHO VERDE E PIPOCA,
CAFÉ MOÍDO E ARROZ EM GRÃO.
SOCADO DENTRO DE UM PILÃO,
OS PORQUINHOS QUE CRIAVA.
UMA BANDA ELE LEVAVA.
AS GALINHA QUE MATAVA,
COM AMOR ELE PREPARAVA.
E MINHA MÃE DONA DODORA,
A ELA ELE ENTREGAVA.
PRA FAZER UMA GALINHADA.
MINHA VÓ MANDAVA BROA,
QUE NO FORNO ELE ASSAVA.
E MEU AVÔ CHAGAVA TORTO.
SEGURANDO A SACOLADA!
E TAMBÉM EM SUA MÃO
MUITOS SACOS DE FEIJÃO.
MINHA MÃE ALI CHORAVA E COM
FORÇA ABRAÇAVA E MEU AVÔ SE ALEGRAVA.
E OS NETOS SE AJUNTAVA,
EU TOMEI UMA DECISÃO
CONSENTINO MINHA MÃE.
FUI MORAR COM MEU AVÔ,
NO SEU PEDAÇO DE CHÃO.
MINHA ALEGRIA SE ABATEU,
MEU AVÔ ADOECEU,
E EM SEGUIDA FALECEU.
E FOI O FIM DO MEU SERTÃO.
QUANDO EU ERA CRIANÇA.
GUARDO EM MINHAS LEMBRANÇAS.
O MEU TEMPO DE INFÂNCIA.
MEU PAI ERA BOIADEIRO MAS
CANSOU DA VIDA DE VAQUEIRO.
JUNTOU TODA A SUA GENTE.
E SAIU CORTANDO AS CAMPINAS
DA CIDADE DE CARATINGA.
ESTA FOI A SUA SINA.
FOI TRABALHAR LÁ NA USINA
NA CIDADE DE IPATINGA.
LÁ CHEGOU SÓ COM BAGAGEM
MAS O POUCO QUE ELE TINHA.
GANHOU COM DIGNIDADE!
SÓ LEVOU UMA CABRITINHA.
MAS SEU LEITE ERA SAGRADO
FOI COM ELA QUE MINHA MÃE,
TEVE OS FILHO ALIMENTADOS.
MAS TUDO ESTAVA AMARRADO,
ONZE FILHO FOI CRIADO APERTADO EM UM BARRACO.
MINHA MÃE BATALHADORA,
COM A VIDA NA DUREZA,
FOI TRABALHAR DE CANTINEIRA.
NO COLÉGIO DA CIDADE.
MAS NEM TUDO ERA PERDIDO,
MEU AVÔ ENTRISTECIDO.
CONTINUA A SUA LIDA;
NA CIDADE DE CARATINGA.
E PRA NÃO VÊ NETO SOFRER,
TODO MÊS VINHA TRAZENDO.
MILHO VERDE E PIPOCA,
CAFÉ MOÍDO E ARROZ EM GRÃO.
SOCADO DENTRO DE UM PILÃO,
OS PORQUINHOS QUE CRIAVA.
UMA BANDA ELE LEVAVA.
AS GALINHA QUE MATAVA,
COM AMOR ELE PREPARAVA.
E MINHA MÃE DONA DODORA,
A ELA ELE ENTREGAVA.
PRA FAZER UMA GALINHADA.
MINHA VÓ MANDAVA BROA,
QUE NO FORNO ELE ASSAVA.
E MEU AVÔ CHAGAVA TORTO.
SEGURANDO A SACOLADA!
E TAMBÉM EM SUA MÃO
MUITOS SACOS DE FEIJÃO.
MINHA MÃE ALI CHORAVA E COM
FORÇA ABRAÇAVA E MEU AVÔ SE ALEGRAVA.
E OS NETOS SE AJUNTAVA,
EU TOMEI UMA DECISÃO
CONSENTINO MINHA MÃE.
FUI MORAR COM MEU AVÔ,
NO SEU PEDAÇO DE CHÃO.
MINHA ALEGRIA SE ABATEU,
MEU AVÔ ADOECEU,
E EM SEGUIDA FALECEU.
E FOI O FIM DO MEU SERTÃO.