Destino

Diante de paredes escuras, a Morte se encontrava perdida, suas vestes escuras rasgando nas rochas das paredes do vale. Tudo se encontrava escuro e aquela era a primeira vez que tal Dona do Falecer se sentia apreensiva no escuro. Até que luzes como chamas dançantes nas paredes chegaram aos seus olhos. Era a visão de um homem, belo, cabelos loiros, alvos, reluzentes, envolvidos nas chamas, que envolviam o terno branco em que estava vestido. Seus olhos eram fascinantes, mudavam de cor, do vermelho ao roxo, do verde ao anil, como mil pedras preciosas. A Morte se sentiu atraída, para abraçá-lo, ele a viu e sorriu calorosamente, convidando com um gesto de mão a chegar mais perto. Estendeu as mãos e a Morte ficou em um impasse. Ela o olhou com seus olhos azuis, quase brancos e sentiu um vínculo com ele. Quando o tocou, a ponta de seu dedo se iluminou, ao mesmo tempo em que a ponta dos dele escureceu. Aquilo doeu muito. Então ela percebeu que ele era a Vida. Não deveriam ficar juntos. Ele olhou com ressentimento para a Morte e sorriu com o canto da boca. Logo uma coisa inesperada aconteceu. A Morte sorriu para a Vida. Durante éons se encontraram e logo conseguiram tocar um no outro. A união de tais era estranha, mas tudo estava bem e equilibrado. Logo a Morte gerou um filho. Reluzia como uma supernova e seus cabelos eram negros e lisos. Um de seus olhos era de um azul frio, esbranquiçado. O outro era uma mistura linda de cores. Era um bom filho e seu nome era Destino...

Caio Fonteneles
Enviado por Caio Fonteneles em 23/12/2014
Código do texto: T5078832
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