O ASSASSINO DAS ÁRVORES DE COCAL
O assassinato das árvores em Cocal
Não queria aqui esboçar nenhuma crítica, apenas lamentar profundamente por um triste episódio que aconteceu em Cocal. Não podemos negar que nossa cidade se transformou em um verdadeiro canteiro de obras a olhos vistos. O progresso se define na autonomia do trabalho e na ânsia determos uma cidade melhor. Ruas estão sendo calçamentadas, alamedas construídas, canteiros ornamentados, colégios reformados e velhas praças sendo demolidas à ceder para construção de novas edificações. Mas no meio do progresso,ou da praça havia uma pedra, como disse Drumondd , ou melhor dizendo, havia uma árvore, que há décadas era refúgio dos passarinhos,dos transeuntes,da brisa,dos namorados e da beleza do lugar.Na Praça da Estação,ela se fez imponente.Era uma grande Figueira que recebia ,com seus enormes galhos abertos, todos que pela cidade entravam,parecia acenar ao vento,e se despedia daqueles que partia.
Mas um dia,sem ter cometido nenhum crime ambiental, só contribuiu com sua sombra e seu oxigênio,fora condenado! E sem apelação, nem direito a defesa, nem direitos ambientais fora golpeada,ou melhor dizendo, serrada pelas navalhas de um motor serra,guiadas pelas mãos de um assassino cruel. Em minutos, a nossa Figueira, símbolo de um passado não distante,da velha Estação,tornou-se um amontoado de galhos cortados.O assassino, ainda não satisfeito com o delito, dirigiu-se à rua Coronel João Marques e foi cortando cabeças, ou melhor dizendo, cortando e matando as belas árvores de jambo que há décadas dava o ar da graça, daquela avenida,deixando-a, sem cor,sem brilho mesmo no clarão das lâmpadas que ostentam o progresso.
Uma das últimas, teve seus galhos decepado, e cruelmente decapitada, ficou seu corpo enraizado, ao lado da quadra de areia, com o tronco exposto. Pobre alma maltratada e lá, seu corpo ressequido tornou se um esquisito troféu ou símbolo de um funeral,ostentado ao ar livre,a força do progresso de nossa Cocal
João Passos