O ladrão e a calcinha!
Certo dia, Mália chegou do trabalho, muito cansada por sinal, já no final da tarde, entrou em seu quarto e nem se quer acendeu a luz. Jogou-se na cama como um nadador em dia de prova. Cochilou tão rápido a ponto de não perceber que a janela do quarto estava aberta.
Passado algumas horas, ela sentiu um leve tremor que parecia vir do chão. Abriu os olhos, ainda sonolenta e, tomou um grande susto. Uma cabeça parecia sair lentamente de baixo de sua cama. Ela nem respirou. Levantou-se, lentamente, sem fazer barulho e olhou aquela coisa estranha se arrastando. Quando finalmente aquilo ficou em pé, Mália pôde ver que era um homem.
Mas era um homem semi nu! Era enorme! Parecia ofegante e se movimentava vagarosamente. Ele estava vestido somente com uma cueca branca de listras verdes florescentes. Em sua cabeça tinha uma calcinha que lhe pareceu muito familiar. O estranho não notou que Mália havia acordado e ele olhava no guarda-roupas, procurando sabe-se lá o que, nem se preocupou em olhar na cama.
Ela pensava mil formas de derrubá-lo quando se virasse, porém, não conseguia compreender o que estava vendo. “Será que era um sonho? Ou um ladrão? O que faria com ela”? Suas pernas tremiam como vara verde e seus olhos enchiam de lágrimas. Num impulso, Mália pulou no pescoço do invasor entrelaçando as pequenas pernas na cintura dele, grudou parecendo um carrapato. Dava socos compulsivamente na cabeça dele, que tentava escapar. Debateram-se por longos minutos em meio aos gritos dela por socorro.
O quarto estava com pouca iluminação e Mália atacava o esquisito enxergando-o apenas por causa de sua cueca brilhosa. Ele conseguiu jogá-la na cama e nesse instante ela viu seus olhos, separados pelo fio de tecido e pedrinhas de strass da calcinha. O “mascarado” correu tropeçando nos móveis da casa. Ela foi para cozinha, pegou uma faca, procurando por ele e acendendo as luzes. Tarde demais! Ele fugiu. Ela revistou a casa para ver o que ele teria levado.
Minutos depois a polícia chegou. Mália era confortada pela vizinha que acionara a viatura. Então perguntou o policial: “O que o ladrão levou”? Ela respondeu: “Apenas a minha calcinha favorita”!