A URNA...............

"A URNA"

Moravamos em Belém,mais precisamente na Rua Aristides lobo,já havia

alguns anos que Cathrine,tinha retornado para a França com sua familia,desde entaõ naõ tinha tido mais contato consigo,a ferida que naõ cicatriza doi eternamente,tinhamos combinado o quanto suportariamos essa separaçaõ naõ programada,pois tinha passado uma semana em profunda depressaõ quando vi aquele aviaõ da VARIG,levar para longe o meu bem mais precioso,minha mãe adoecera ao saber que iria com ela para

a França,foi uma fase difícil de minha vida,na imaturidade dos anos,estrava dividido entre o grande amor de minha vida e a saúde de minha mãe.É fácil julgarmos os fatos quando a maturidade bate nos ombros,sem o clamor de sentimentos e pena.Alguns apressados falavam

"Tu vais matar tua mãe",etc,a maioria nunca teve um amor verdadeiro,um sentimento profundo,que falta o ar,esfria as maõs,taquicardiza o coraçaõ,tenho pena deles.

Era um sabado de um setembro longinquo,a campainha tocou,era os correios com uma encomenda internacional,vi o timbre da França,

seriam noticias dela,o carteiro falou quanto pesada era a encomenda estava em extase,uma foto,uma carta perfumada,com seus bichinhos estavam em minha lembrança.assinei e sofregadamente abri o pacote,

surpresa uma urna metalica,hermeticamente fechada,com uma carta de uma letra desconhecida,era de seu irmaõ Thibaut,relatava que nunca tinha me conhecido,mas que sua irmã só falava em seu grande amor brasileiro,ela o havia convencido que se morresse antes dele deveria ser incinerada e suas cinzas enviadas para mim joga-las noa mar de Algodoal,uma praia famosa do Pará,no Municipio de Marapanim,onde tudo tinha começado,uma onda de desespero tomou conta do meu ser,

ela havia morrido,restava apenas aquela urna..

A missaõ começara tinha que realizar o seu último desejo,nossa praia,das noites insones,de corpos bronzeados,halito de hortelã,quanta

felicidade tivéramos naquela época,para mim atemporal,pois vivia recordando-me,era os flash backs da verdadeira felicidade.Seria só eu

a urna,meu carro e a estrada,ninguém aceitou me acompanhar,medo do

desconhecido,mas que para mim era o clímax de um grande amor.

Quando cheguei em Algodoal,hospedei-me na antiga pousada de sua familia quando moraram em Belém,ficaria para o nascer do sol ao som de nossa música,OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA, de Mancini.Naõ consegui dormir naquela noite,as lagrimas teimavam em queimar minha face,contendo o grito surdo da saudade.

Na hora aprazada as 6:30 da manhã,dirigi-me a beira da praia,abri aquela urna e deixei que os ventos da verdade levassem o que foi o idilio de uma vida,adeus minha vida,um dia rencontraremos em alguma dimensaõ distante..............

NOTA DO AUTOR:Levei muito tempo para escrever esse conto,doia-me

a alma,mas por gratidaõ a ti Cath naõ poderia deixar sem o mundo saber dessa historia............

Ubirajara Cruz
Enviado por Ubirajara Cruz em 29/09/2014
Reeditado em 29/01/2018
Código do texto: T4980623
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