AS SETE GÁRGULAS
Na praça o relógio da matriz badalava as vinte horas. Era uma noite de verão e as pessoas sentiam, no rosto, o contato com o vento morno que vinha das bandas do mar. Não havia muita gente e o movimento, no centro da cidade, era o comum nos dias de feriado. Nos bares alguns retardatários sorviam seus copos de chope, enquanto a televisão insistia em inócuos debates sobre futebol.
Caroline caminhava, com seus passos lânguidos, fazendo com que os saltos dos sapatos emitissem aquele “toc-toc” tão agradável aos ouvidos masculinos. Era uma bela mulher, no auge dos seus quarenta anos. Solteira e muito agradável ao trato, sentia-se feliz pela imagem que transmitia e, principalmente, pelo assédio masculino incessante. Não se imaginava envolvida em casamento, família, filhos. Era auto-suficiente na vida.
De formação pedagógica trabalhava em uma repartição do Ministério da Educação. Leitora por excelência dedicava boa parte do tempo livre pesquisando em livros de História da Antiguidade, bem como em trabalhos arqueológicos voltados para assuntos das civilizações extintas, com seus mistérios, em busca de respostas para suas dúvidas.
De pensamento racional, Carol não conseguia entender determinadas afirmações históricas, muitas delas consentâneas com postulados religiosos, inseridas em livros sagrados, como bases doutrinárias. Procurava alguma resposta mais concreta a respeito do aparecimento do homem na superfície do planeta. Não concordava com o entendimento de que um casal primordial pudesse dar origem a uma população que já passava dos sete bilhões de indivíduos.
Mergulhava nos mistérios do Antigo Egito, ouvia música de compositores clássicos cuja temática evocava o mistério, o oculto, o místico, pesquisava documentários sobre achados arqueológicos, as interpretações de cientistas, teses, etc... Tinha fome de saber sobre o passado da humanidade, sua origem, seus primórdios.
Costumava frequentar as bibliotecas e já era conhecida pelos funcionários de todas as que visitava, com assiduidade. Naquele momento estava passando pela calçada da Biblioteca Estadual, localizada bem no centro da cidade.
Já havia perdido a conta de quantas vezes houvera ingressado naquele prédio. Era um edifício de construção antiga exibindo características da engenharia gótica. Um pórtico majestoso erigia-se em colunatas, amparado em um pátio a que se tinha acesso após imponente escadaria marmórea.
Atenta, todas as vezes que ia à Biblioteca, cuidava de olhar para os degraus perdendo, assim, a visada que lhe mostraria obras de arte que se projetavam da cimeira, no pórtico de entrada. Entre as colunas e o beiral do telhado destacavam-se, imponentes, as figuras de sete gárgulas.
De olhar fixo em seu caminho, Carol não se deteve em elevar o olhar para as figuras. Assim, não pode ver as imagens que pareciam observá-la seguindo os seus passos.
Absorta, teve os ouvidos acionados por um vozerio que não sabia de onde surgira mas que, claramente, lhe queria dizer algo: Queremos lhe falar! Queremos lhe falar! Queremos lhe falar!...
Apurando os sentidos, fria e racional, procurou identificar ou localizar o ponto de partida do vozerio. Foi quando, levantando os olhos, deu de frente com o alto do pórtico visualizando as sete gárgulas que lhe olhavam firmemente. Pareciam ter saído dos escaninhos da arte medonha e adquirido vida...
Ao fixar os olhos nas figuras todas se calaram e a que se postava em primeiro lugar, da esquerda para a direita, uma cabeça de medusa, de bocarra escancarada e dentes profusos, pareceu assumir vida e, movendo os lábios, disse-lhe:
A Primeira Gárgula: Cabeça de Medusa
Sabemos quem você é! Não nos pergunte nada, somente ouça e, depois, decida o que considerar adequado para solidificar ou desvanecer os seus argumentos em busca das respostas às questões que lhe confundem.
Atente bem para o que irá ouvir e, depois, dê novo direcionamento às suas buscas, se assim o desejar. Mas, dê asas à “sua intuição”... Não despreze o que o vulgo considera insólito ou inverossímil, apenas siga-a, pois foi através dela que você chegou até esse ponto nas descobertas e abriu as comportas para que esse momento se pudesse tornar real.
Meu papel aqui é de simples mediadora. Se necessário, o que não considero, poderei intervir para esclarecer algum tópico mais complexo. Já que nos entendemos, atente e ouça!
A Segunda Gárgula: Cabeça de Serpente
Buscadora! Faz-se necessário que os seres humanos cuidem de reavaliar as suas crenças. A maior parte daquilo em que os homens acreditam não corresponde à verdade. Os paradigmas que norteiam e conduzem a humanidade não são baseados nos verdadeiros acontecimentos. Ao contrário, a maioria, são proposições forjadas ao longo do tempo, com o único objetivo de criar mecanismos para o controle das sociedades.
Boa parte do que vocês chamam de História nada tem de verdadeiro. Grandes segmentos do conteúdo histórico foram forjados pelos poderosos de cada momento, mistificados, estabelecendo parâmetros, regras, rituais, dogmas e outros tipos de normas sempre com o objetivo de sujeição dos indivíduos ao poder. Vejam, com atenção, os heróis e vultos de eminência. Sejam prudentes como lhes aconselha o dístico de um sábio: “Os heróis são como os quadros. Devem ser vistos à distância, para que não se lhes vejam os defeitos”. Assim, atentem para os escaninhos e reentrâncias desses que povoam os píncaros da História, pois ela sempre é gravada pelos que detém o poder e ainda, reescrita, quando esse poder é acionado pelo fator cíclico da própria História.
Ao sabor dos mecanismos de poder, esses paradigmas sempre são associados ao dualismo em que imperam prêmios e castigos. De um lado, no âmbito do poder civil, pela força e, de outro lado, no âmbito do poder religioso, pela fé. Alguns ciclos históricos, ao longo da saga humana puderam ser desmascarados. O litígio entre os sistemas Geocêntrico e Heliocêntrico foi um bom exemplo do que lhe estou tentando dizer.
As religiões, em seus ímpetos de expansão, foram difundidas pelo mundo através de guerras de conquista e de morticínio em nome de uma divindade. As que se associaram ao Estado, por interesse mútuo, foram as que mais se atiraram na difusão do medo usando como ferramenta, o binômio prêmio/castigo eterno.
Todavia, muitos outros persistem e ainda persistirão em virtude de que mecanismos de apoio mantêm a humanidade em estado de letargia ou hibernação mental dormitando na maciez dos “paradigmas consagrados”.
Lamento dizer-lhe mas, de um modo geral, a humanidade acredita no que lhe impõe “a mentira hierarquizada”. Isso vale para os ditames do Estado, da religião, dos negócios, da educação, da ciência, da diplomacia, da paz, da guerra, das relações entre as gerações, da política, da coisa pública, da coisa privada, do comércio, da indústria, do mundo financeiro, da economia e, até mesmo das relações domésticas, familiares.
Vocês vivem sob o império da mentira para que uns poucos usufruam de poder e de vida faustosa, sem receio de algum tipo de revide. Quase tudo conspira para a submissão social geral. Portanto, não creia em tudo o que ouve, lê, lhe dizem ou lhe impõem! Sugiro que pense, seriamente, num dos mais potentes esteios do Império Romano “Panis et Circencis”, que ainda é uma panaceia garantidora dos estamentos do poder entre vocês.
A atmosfera lúdica reinante no planeta atua como uma espécie de anestésico, sobre as mentes da maioria, atingindo as que caminham na direção da desestruturação cultural. O ludicismo irrefreado, sem medidas, é um estímulo para um estado permanente de “distração”, de “diversão”, de “entretenimento”.
As palavras acima ocultam um sentido perverso e cruel que visa a manipulação das mentes mantendo-as inebriadas no “circencis”. Diversão, distração, entretenimento significam indução a comportamentos que afastam ou desviam o indivíduo daquilo que lhe é primordial. Isto é, um convite para o indivíduo “sair do eixo ou do centro” das coisas.
Quem vive distraído, em estado de entretenimento e de diversão é presa fácil para a inoculação de ideias, valores, comportamentos e outros estímulos para a subserviência, estados fáceis de serem manipulados ou conduzidos pelos mecanismos do poder. Essa ação proposital visa a descaracterização da ética, torpedeando os valores consagrados, abrindo portas para “uma nova ética”, a ética do “maquiavelismo pedagógico”, de que trata Pascal Bernardin.
A Terceira Gárgula: Cabeça de Dragão
Um físico entre vocês, Stephen Hawking declarou, em sua obra “Uma Breve História do Tempo”, que o tempo não existe, é mera convenção humana e não tem lugar no Universo. Para isso, alguma resposta deve ter encontrado em suas incursões pelo mundo da Física e, principalmente, da Astronomia.
Poderia dizer que não é sem sentido, o que afirma. Podemos estabelecer algumas considerações sobre o assunto, sempre tendo em vista o Universo e que a Terra não é o Universo, como muitos acreditam que seja, muito menos o centro do Universo, como crenças confessionais pretendem fazer crer.
Assim, o tempo considerado pelos terrestres começa com o dia de doze horas, divididas em segundos, minutos. Ora, um dia completo corresponde a uma circunvolução do planeta ao redor do seu próprio eixo. Um mês corresponde a trinta dias e um ano a doze meses. Em doze meses a Terra faz uma revolução completa em sua órbita ao redor do Sol. A partir daqui, entenderemos que o que registraram como “tempo” nada mais é do que uma medida que tem sua correlação direta com a Astronomia ou, quiçá, com a Astrologia.
Então, podemos entender como correta a afirmação de que a terra conta o seu tempo em razão das vinte e quatro horas de duração de uma volta completa em torno do seu próprio eixo. Nesses termos podemos admitir o tempo terrestre como real para a mente humana de terceira dimensão.
No entanto, se entendermos que os demais planetas não têm a mesma extensão de órbita que a Terra, já compreenderemos que “o tempo” em Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Urano, Netuno e Plutão, nada tem a ver com o “tempo terrestre”.
Para sedimentar mais a ideia, tomemos como referência o Planeta Nibiru, também chamado de Hercólobus ou Planeta X. Segundo informações científicas, esse corpo celeste possui uma órbita ao redor do Sol com duração 3.600 anos terrestres.
Então, se um ano de Nibiru corresponde a 3.600 anos terrestres, qual será a duração de um dia em Nibiru? E uma hora? E um minuto? E um segundo? E se houver uma outra unidade de medida desconhecida da ciência terrestre?
Se um indivíduo de Nibiru pousar no planeta Terra, qual será a diferença entre a duração da sua vida com a de um habitante da terra? Qual será a diferença entre os tempos?
Existem algumas alusões, entre vocês, que passam despercebidas por quase todos os que não enxergam bem o que está diante dos próprios olhos.
As Escrituras Sagradas de judeus e cristãos dão conta de “patriarcas” ou “homens de fama”, que tiveram períodos de vida completamente diversos dos “seres humanos normais”. Se, hoje, com toda a tecnologia científica e os mecanismos de saneamento o homem tem vida média de oitenta anos, como justificar, por exemplo, a extensa vida de 900 anos atribuída a Matusalém? E a outros tantos patriarcas, com tempo de vida dilatado, naquelas condições de insalubridade, relativas aos primórdios da saga humana sobre a Terra?
É importante que seja revista a versão corrente sobre a Criação e sobre os primeiros passos do homem sobre a Terra, considerando a possibilidade de terem aportado, por aqui, seres pertencentes a outro tipo de mundo, com órbita e “noção de tempo” diversos do planeta que abriga o homem.
A tecnologia e a ciência humana dos vossos dias, principalmente nos avanços da Genética, permitem a clonagem bem como a utilização de procedimentos com o emprego das “células-tronco”, dando partida a experimentos de multiplicação da vida humana. Outros seres mais avançados que o homem podem ter se adiantado, aportado aqui e criado colônias neste planeta azul, dos quais vocês podem ser remanescentes.
O que será escrito, “na História ou nas crenças futuras”, quando a ciência humana tiver logrado o estabelecimento de colônias em outros planetas e com o emprego da genética tiver desenvolvido “clones humanos” para povoação do orbe conquistado? Estejam certos de que “os homens se tornarão deuses”, surgirão as classes sacerdotais, a realeza, as configurações sociais e, principalmente, os sistemas de crenças onde os sacerdotes intermediarão a submissão do ser criado aos seus criadores. O medo será sempre o mecanismo da subserviência inconsciente das criaturas. Prêmio de felicidade celeste ou castigo de danação eterna serão os fundamentos.
A Quarta Gárgula: Cabeça de Achrocanthosaurus.
Sobre a Criação, dizem os livros sagrados da cultura judaica/cristã:
“Gen. 6-4 “Naqueles tempos viviam gigantes sobre a Terra, antes e depois que viessem os filhos de Deus, achassem belas as filhas dos homens e com elas coabitassem, gerando filhos que foram os grandes varões de fama”.
O texto do Antigo Testamento dá a entender que houve um momento, na História do Planeta Terra em que conviveram, juntos, quatro grupos de diferentes espécies de indivíduos:
1- O primeiro, o “dos gigantes” que estavam, na Terra, antes e que permaneceram no planeta depois da chegada dos filhos de Deus”.
2- O segundo, o dos homens” que tinham “filhas”.
3- O terceiro, o dos “filhos de Deus, que vieram dos céus” e fecundaram as filhas dos homens.
4 – O quarto, o dos filhos dos “filhos de Deus com as filhas dos homens”.
Esse episódio permite algumas ilações:
1- Quem eram os gigantes? De onde vieram? O que faziam na Terra?
Teriam sido originários daqui ou provenientes de outro planeta?
2- Quem eram os “homens” que tinham filhas e que viviam aqui?
3- Quem eram os “filhos de Deus”, que vieram dos céus e tiveram filhos com as “filhas dos homens”?
5- Quem eram os filhos dos “Filhos de Deus” com as “filhas dos
homens”?
Somos conhecedoras das suas dúvidas e do seu empenho como buscadora sincera e persistente. Por isso decidimos aguardar o momento propício para lhe transmitir alguns dados ou ideias que possam ser úteis ao seu propósito. O avanço ou o retardo estarão dependendo, apenas, do seu livre arbítrio e da permeabilidade ou rigidez com que possam ser reavaliadas partes das suas crenças e o enfraquecimento ou retirada do que esteja cristalizado ou fundamentado em um repertório de propostas sistêmicas, com o único objetivo de controle e sujeição pelo medo. Aliás, sobre o “livre arbítrio”, você ouvirá de uma das nossas companheiras...
1 – Os “gigantes”, também conhecidos como “nefelins ou nefilins”, não foram seres originados na Terra. Caso o fossem, teriam sido registrados como tal, nos livros científicos ou nos das diversas confissões, quando no trato da Criação. Sua descaracterização, como tal, serviu aos interesses do ensinamento doutrinário, já objetivando impedir a aceitação de que na Criação do homem pudesse ter havido interferência extraterrestre. Os gigantes eram, portanto, seres de avançada civilização, oriunda de outro corpo do plantel cósmico, um planeta de nome Nibiru.
Vieram à Terra para exploração científica e prospecção de minerais de interesse do seu mundo. Aqui estabeleceram uma pequena colônia dando início as tarefas que lhes foram determinadas.
Cientistas contemporâneos, dentre eles, arqueólogos e museólogos tem se debruçado sobre recentes descobertas, com farta divulgação jornalística, dando conta da existência de vários esqueletos de tamanho bem maior do que o comum na espécie humana. Esse é um referencial que não pode e não deve ser desprezado por um buscador isento.
2 – Ao que parece, o Evolucionismo Darwiniano tem um ponto de partida em comum. Os “homens” que viviam na terra não eram homens na verdadeira acepção do termo. Tratava-se de “primatas” ou espécie símia arquetípica, muito longe de ter sido a criatura que deu origem à descendência humana. Através de experiências genéticas de avançado nível com esse tipo mamífero bípede, os visitantes desenvolveram uma espécie “híbrida” (macho e fêmea), à qual deram o nome de “lulus”. Esses clones foram criados com autorização superior, não lhes sendo permitida a reprodução sexuada. Foram desenvolvidos para servirem como força de trabalho na prospecção e exploração das minas. Esse trabalho foi desenvolvido em áreas do território mesopotâmico. A cidade sumeriana de Eridu foi a primeira a conglomerar alienígenas e lulus.
Desentendimentos de ordem interna desencadearam confrontos entre dois principais dirigentes vindos de Nibiru. Eram dois irmãos, En.lil e En.ki, filhos do Rei Anu, e a desinteligência se deu por questões de hereditariedade e direito à sucessão ao trono do planeta de origem e de comando das equipes na Terra. En.ki veio em primeiro lugar tendo recebido o título de “Senhor da Terra”. En.lil, o preferido de Anu e suposto herdeiro do trono, veio em segundo lugar, assumindo o título de En.ki que, rebaixado, passou a ser o Senhor da Missão Exploratória.
Paralelamente, outro ponto de desentendimento surgiu com a rejeição do trabalho pelos nibiruanos que consideravam a faina por demais árdua para indivíduos voltados para trabalhos de ordem científica de alto grau. Além disso, a lida com os “lulus” era por demais penosa, em virtude de que esses eram de configuração mental bronca e destituída da capacidade de raciocinar ou de tomar iniciativas.
Objetivando minimizar a dissidência entre os cientistas envolvidos no trabalho braçal e controle dos lulus, En.ki, à revelia, desenvolve um outro tipo de clone, dessa vez mais aperfeiçoado e capaz de suprir as necessidades na mineração. Assim, introduz nas cobaias lulus, o DNA nibiruano produzindo uma espécie mais refinada e, principalmente, dotada de inteligência e capacidade de comunicação.
A esse novo espécime, o “homo sapiens” dá o nome de Adapa que, contrariando os postulados superiores, foi dotado, por En.ki, da capacidade de se reproduzir (crescei e multiplicai). Após esse resultado dos procedimentos genéticos aparece, então, a estirpe de homens que se multiplica e tem seus indivíduos machos e fêmeas, separadamente, os quais se reproduzem, nascendo-lhes filhos e “filhas”. Para essas espécies, seus criadores foram entendidos como “deuses”, pois vieram dos céus e, por eles, foram criados.
Como a atividade exploratória produzia resultados satisfatórios, para agilizar o transporte do minério para Nibiru, foi enviada para uma órbita da Terra, uma estação espacial que serviria como depósito do minério e ponto de embarque. Com a finalidade de operar a estação e o mecanismo de transporte, foi enviada para a Terra uma nova leva de nibiruanos que trafegavam, também, entre a estação orbital e os espaçoportos terrestres.
Esses nibiruanos sentiram-se atraídos pelas fêmeas geradas pelos homens e, com elas se relacionaram, engravidando-as e gerando filhos, misturando as raças. Nascem, assim, os semideuses que povoam o panteão da “mitologia”. A partir desse ponto ampliam-se as comunidades, surgem as castas sacerdotais, as noções de culto às divindades, os templos, a adoração, a nobreza, a realeza dinástica, etc..., originando os reis da Antiguidade que acumulavam características divinas. Eram os “reis-deuses”.
Aqui podem, claramente, entender o significado o texto bíblico que registra “a chegada dos filhos de Deus que acharam belas as filhas dos homens e com elas coabitaram, gerando filhos que foram os grandes varões de fama”. Surge, então, o ponto de partida que deu origem aos “patriarcas”, de prolongada idade, de que tratam as Escrituras, pois os primeiros destes eram “filhos de nibiruanos com filhas dos homens”.
Na visão teológica dominante, esses nibiruanos que “vieram dos céus” terminam por ser adaptados aos objetivos de criação de uma hierarquia divina adaptada e elevados à categoria de “anjos”. Assim, recebem asas com as quais se deslocam pela imensidão do Universo. São eles “os filhos de Deus, que desceram dos céus”, mais tarde cognominados como "Anjos Caídos".
A Quinta Gárgula: Cabeça de Colepiocephale
Como estamos diante de uma buscadora sinto que devo alertar para o cuidado que deve merecer o que dizem ser verdades e o que dizem ser mentiras. Na maior parte das vezes, as verdades não passam de mentiras e as mentiras não passam de verdades. Assim, os chamados mitos podem incluir verdades ocultas e as versões antagônicas, verdadeiras mentiras...
Antes de tudo necessária se faz uma análise sobre o significado de certos instrumentos de que dispõem os que conduzem a humanidade. Para eles, as massas parecem não ter disposição ou inteligência para organizar sua arca de crenças. Assim, lançam mãos de uma ferramenta poderosíssima à qual deram os sugestivos nomes de “Educação” e “Mecanismos de Formação da Opinião Pública”. São esses mecanismos que cuidam de in-formar ou des-informar as massas. O termo in+formar já é sintomático quando permite a conotação de que o conhecimento das massas precisa ser formalizado, ou construído, “de fora para dentro”, ou seja, “in-tro-je-ta-do”.
A Educação, no entender do pensador Émile Durkheim, “É a pressão exercida pelas gerações maturas sobre as imaturas, com o objetivo de suscitar certos estados físicos, morais e intelectuais reclamados pela sociedade em seu conjunto, bem como para o fim especial a que o educando se destine”.
O conceito clássico já aponta para uma pressão vertical, de cima para baixo, sob o comando do que se supõe sejam “gerações maturas” agindo ou pressionando sobre as “gerações imaturas”, direcionando-as segundos os seus objetivos. Mas, fica interessante a reflexão sobre o que pretendem os que “comandam e controlam” as pretensas gerações maturas e o que pretendem na direção do comportamento das que se lhes sucedem? Mais profunda, ainda, fica a reflexão, quando a Educação passa a ser um “apanágio do Estado” e “das confissões” a ele associadas, ou não...
Quem determina o que deve ser informado, o que não deve ser informado e o que precisa ser desinformado? Aqueles que assumiram ou pretendem assumir algum dos estamentos do poder, seja ele de caráter econômico, político, social ou confessional. Para isso, as mentiras, as meias verdades e as verdades são os degraus utilizados para as tentativas de ascensão ou de manutenção no posto alcançado.
Esse tratamento vale tanto para os indivíduos quanto para as organizações ou instituições. Quanto maiores ou mais poderosos, mais se escudam na “informação das massas”, aprisionando-as nos seus próprios conceitos e interesses.
Tangido de todas as maneiras pelas artimanhas da comunicação de massa ou da comunicação a serviço de grupos sociais, o indivíduo vai, desde a infância, incorporando e cristalizando valores, crenças, ideologias, ensinamentos concretos ou abstratos que tanto podem ser verdadeiros quanto falsos. É com essa munição cristalizada em seu baú mental que as pessoas julgam o mundo, as coisas, os fenômenos, os acontecimentos e, principalmente, as outras pessoas.
Essa formação inicia-se desde a mais tenra infância, nos domínios do lar e, mais tarde, nos domínios da religião, do Estado, no empresarial ou no organizacional. São pressões da autoridade, desde a paterna, quanto as demais, introjetadas por fontes às quais o receptor confere credibilidade, competência ou autoridade e armazena suas diretrizes como verdades inamovíveis. São arquivos que nunca foram devidamente racionalizados. Apenas arquivados como fontes de ações futuras. Em suma, são objetivos criados por fontes de autoridade que o introjetado deve perseguir...
Tanto a construção quanto a desconstrução individual ou social ficam por conta dos escaninhos percorridos pelos formados e desinformados quanto pelos que formam, informam ou desinformam.
Quanto mais avançada a tecnologia, mais premidas sufocadas, refreadas e conduzidas ficam as pessoas. A faculdade de pensar e de racionalizar sobre as coisas vai desvanecendo e o medo, a impotência, a incapacidade vão tomando lugar no comportamento coletivo. A obstrução mental é ampliada, de maneira sensível, sob a pressão psicologicamente direcionada dos mecanismos de comunicação de massa, sobretudo os de mídia visual.
Atmosfera de ludicismo criada por esses instrumentos estabelece uma falsa ideia de hilaridade ou alegria, que atua como entorpecente, impedindo as massas de verem as ocorrências prejudiciais que vicejam ao seu redor.
A publicidade e a propaganda agem a serviço da mentira hierarquizada. Atente para isso e utilize sua sagacidade para discernir e separar o joio do trigo. Não se permita seguir na mansidão das manadas...
A Sexta Gárgula: Cabeça de Iguanodonte
Serei breve e incisivo! Risos e lágrimas são os pratos do menu!
Olhe ao seu redor e veja como as pessoas estão rindo! Veja como a alegria lhes toma as faces enquanto exibem a alva das dentaduras em estrepitosas gargalhadas. Observe como se amontoam diante das telas de televisão absortas pelos devaneios das novelas, programas de auditório e tantos outros espetáculos interrompidos por propaganda fragorosa em que podem ser vistos, sempre sorridentes, os artistas da publicidade, todos, igualmente alegres e sorrindo...
Para os que se desinteressam desse tipo de entretenimento, pululam quase todos os dias, os torneios e jogos de todo o tipo de esporte. As pessoas vibram, aplaudem, vaiam, xingam e até se matam por seus clubes preferidos ou seus atletas favoritos.
Voltemos, então, aos símbolos e busquemos o oculto em alguns deles. A pista para a busca poderá estar na simbologia que envolve e se incrusta pelas paredes e escaninhos do Aeroporto de Denver. Procure desvendá-los e perceberá que o seu significado aponta para algo que converge para as tribulações de que falam as Escrituras.
É precioso deixar, por momentos, esse maravilhoso mundo lúdico e enveredar pela simbologia ostensivamente exposta pelos labirintos do daquele aeroporto. Depois, dê uma escapadinha para observar como estão bem guardadinhos os “caixões da FEMA” e o maravilhoso banco de sementes que carinhosamente chamam de “A Nova Arca de Noé”! Veja o que está sendo preparado para um mundo que gargalha...
A Sétima Gárgula - Cabeça de Ciclope
Há algum tempo estamos nos conectando com as suas emissões mentais. Nossa aproximação e o desfecho, neste momento, se deram após considerarmos que não teríamos perdido nossos esforços. Por esta razão aguardamos a situação e o instante apropriado para auxiliarmos a busca de uma pertinaz inquiridora, não satisfeita com o sistema de crenças da maioria dos da sua espécie.
Guarde, com cuidado, o que nós lhe transmitimos e, após refletir, dedique-se a investigar os dados. Junte-os com os que já conseguiu coletar, compare-os e construa a sua própria síntese. A sugestão é de que, sempre, procure ouvir a “sua voz interna”, ou como desejam chamar, a “sua intuição”. Deixe que seja o capitânia do seu rumo.
Continuaremos, à distância e no silêncio, observando o seu desenvolvimento e, certamente, nos regozijaremos com as suas novas descobertas, pois apostamos em você e o seu crescimento nos propiciará satisfação ao vê-la subir mais um degrau na “Escada de Jacó”. Mas, nunca se deixe de lembrar da existência de infindos degraus acima do que irá alcançar e que, os que ficaram embaixo, embora tenham sido a base para que chegasse ao próximo, já não serão tão significativos com relação às verdades em que se alicerçavam. O Universo e a sabedoria que contém não são finitos. Por esse motivo, o filósofo deixou sua assertiva: “De tudo o que sei, o que mais sei é que nada sei”!
A Primeira Gárgula: Cabeça de Medusa
Eu serei a última a lhe falar! Doravante ninguém mais, além de você, ouvirá qualquer palavra de alguma de nós! Retornaremos ao nosso mutismo observador! Você foi escolhida em razão da sua busca tenaz pela verdade das coisas e as ondas emitidas pelos seus pensamentos inquiridores nos indicaram estarmos diante da pessoa certa!
Não lhe darei conselhos e nem lhe apontarei vaticínios ou premonições, apenas lhe indicarei uma pista para que possa continuar investindo em suas questões e descortinar novos rumos para levantar o véu do obscurantismo que envolve a humanidade e que foi engendrado e proposto a fim de ocultar projetos de controle e domínio total sobre o planeta.
Os símbolos sempre foram o escudo do oculto e desde os tempos mais remotos estiveram orbitando sobre as cabeças dos homens. Em razão deles ações se perpetravam de forma sub-reptícia, por forças que embora sendo do conhecimento de alguns homens de poder e a seu serviço, são absolutamente desconhecidas pela maioria de vocês.
Iniciados e filósofos tentaram descortinar o significado da “verdade”. Entretanto, na maioria das vezes, os cérebros voltados para o tema deram voltas em torno de si mesmo acabando por se perder. O ser humano orbita em torno de verdades que se restringem a um espaço pouco maior do que o diâmetro planetário, coisa ínfima diante do imensurável do Universo. A maioria dessas verdades foi plantada com o objetivo da obtenção de meios para o controle social. Na maioria das vezes se alicerçam no fomento ao medo por meio de promessas de bonança ou de danação eterna...
Um importante símbolo para explicar essa ideia está na configuração da “Escada de Jacó”. É uma escada, sem fim, que envereda pelas instâncias ilimitadas do Universo. No plano terrestre, podemos inferir que os degraus poderiam ser comparados com a arquibancada de um estádio de jogos esportivos.
Em nossa figuração, cada degrau corresponderia ao agrupamento de pessoas que se inserem em um determinado “estado de consciência”; todas agem em acordo com verdades que assumiram como pétreas ou dogmáticas, verdades inabaláveis, a maioria por introjeção.
Como vemos, a escada avança para cima e isso pode estar insinuando que as pessoas que se encontram em um degrau ali estão em virtude de já terem alcançado determinado nível de consciência.
Tais pessoas orbitam em torno de “determinadas verdades” a que tiveram acesso, sem percepção de que acima delas e, igualmente, abaixo, existem outros degraus e que cada um deles também agrupa pessoas com níveis de consciência diferentes. Os de baixo e os de cima, diferentes do degrau do meio.
Isso significa que a cada degrau corresponde um determinado leque de verdades que podem pulverizar ou reforçar as verdades assumidas nos degraus inferiores. De qualquer modo, os degraus inferiores foram indispensáveis para que os superiores fossem ou estejam sendo alcançados... Assim entendemos o relativismo das verdades que fazem parte dos “arquivos mentais” do homem e, com os quais, analisa, compara, entende, julga, absolve ou condena as coisas, os fenômenos, os fatos, o semelhante e a si próprio.
Deixo-lhe um aforismo para o qual poucos atentam mas que traz, no ulterior, o espírito da verdade universal. “O Homem não é o que pensa ser”!
Vá em paz! O degrau acima lhe aguarda!
***************************************
Caroline ainda sem ter condições de racionalizar sobre o inusitado acontecimento e, principalmente, sobre o que ouviu, olhou o relógio sem entender como aquele momento que lhe pareceu um século não havia passado de sete minutos? Sentindo-se como se estivesse levitando, desceu pelos degraus da escadaria e tomou o seu caminho em direção ao estacionamento em que deixara o seu veículo.
A moça não percebeu, mas, antes que dobrasse a esquina, as sete gárgulas se entreolharam e, em seguida, lhe lançaram um olhar afetuoso acompanhado de discreto sorriso... Ninguém viu ou ouviu nada do que se passou...
F I M
Amelius