A viagem
Hoje acordei bem cedo!Estava frio!Ouvi aquele barulho costumeiro vindo da cozinha.
Antes mesmo de me levantar,senti o aroma do café que era cuado pela minha mãe.
Após me espreguiçar e curtir os últimos cinco minutos debaixo do cobertor,me levantei.Descalço,sai direto para o banheiro à escovar os dentes.Dali,fui à cozinha e com aquele humor característico dos adolescentes,nem cumprimentei minha mãe.Desde a madrugada,ela preparava com carinho o sustento do dia.
Já sentindo falta do segundo aroma,enchi uma xícara de café e parti para o alpendre dos fundos.Ali,encontrei meu velho e querido pai saboreando seu cachimbo a soltar longas nuvens de fumaça.Fui de encontro à elas e respirei profundamente.Olhei ao longo,sobre os telhados das casas próximas e contemplei a alvorada.
Sentado,ouvia meus pais conversando sobre algo de pouca importância.
Aos poucos,meus irmãos iam aparecendo e se abancando para tomar o café.Logo seria hora de sair para a luta.
Entre uma moda sertaneja e outra , o Zé Betil,alertava sobre a hora de partir para o trabalho.
A mãe,preparou as marmitas e como de costume ,as enfileirou sobre a velha mesa do alpendre.
O pai,já com o chapéu na cabeça, encheu a moringa de água,pegou seu cachimbo e o saquinho de fumo e, prumou para o portão.Os irmãos,cada qual com seus apetrechos ,seguiram a ele.
Eu,olhei para minha mãe e a segui com os olhos até que ela adentrou a cozinha.Caminhei rumo ao portão e inerte,segui aos outros também com os olhos,até que sumiram no infinito da rua.
Sentindo me feliz,tudo a meu ver,estava completo.
De repente ,ouço um som em alto volume e ao me virar,me dei conta de estar deitado numa cama e num quarto completamente desconhecidos.
Ao lado da cama,havia um pequeno aparelho ,nada parecido com o despertador da mãe.
Fiz menção de me levantar e sentindo uma dorzinha nas costas,percebi a viagem que havia feito no tempo.
Autor: J Muniz Carvalho