GARGANTA
Dentro de uma casa abandonada havia lixo. Em meio a esse cenário abatido com folhas secas, galhos retorcidos e muita sujeira humana, flutuavam esculturas grandiosas feitas em troncos de árvores, elas tinham a imagem da lua, a cada imagem havia uma lua em uma de suas fases, com expressões de faces, em um semblante triste e amedrontado. Era tão surreal que elas pareciam muito real. No centro da casa havia uma escultura diferente de todas as outras, era a única com forma de um cilindro, e em toda circunferência da sua borda se delineava um vinil preto, essa obra era como um astro luminoso que resplandecia e iluminava todo o ambiente que se denominava Garganta. Havia também uma voz feminina de sonoridade suave, que ao passar por cada escultura falava o nome do artista que a esculpiu dando o seu respectivo significado. As luas iam aparecendo a medida do caminhar, formando um labirinto, e ao olhar para elas pareciam querer falar, dizer algo, se sentiam abandonadas em um ambiente apavorado e hostil. Mais a frente, ao fundo da casa, havia uma saída sem porta, com uma lua em quarto minguante com nariz de madeira, olhos e boca em toda uma expressão facial impressionante com significado (FIM).