PRESENÇA DOS AUSENTES
Um cara passou a vida toda procurando desesperadamente a morte
De repente ela lhe apareceu de frente sem foice e sem capuz...
-Então a senhora é a dona morte?
-Sim sou eu em osso e osso!
E logo ele quis saber o que ele sentiria após sua partida.
E ela ponderando lhes-disse.
-Mas você já está morto para a realidade
E ele vociferou.
-Mas eu não senti nada.
-Exatamente meu caro sou como o perfume
quem já os trás, já não sente o que sente quem passa...
já dizia um velho e sábio poeta.
E a dona morte friamente arrematando contemporizou.
-Estás vendo aquelas pessoas sonhadoras naquele aquário azul e redondo.
-Sim!
-Pois então.
-São elas que sentem as minhas dores abortivas e as chamam de perda.
Mas na verdade eu nunca existi, meu nome mesmo é ausência absoluta.
Porque absoluta? Retrucou. E ela impávida continuou.
-Na verdade, muitas outras pessoas as perdem mesmo pra vida. Lamentavelmente.
Ele comovido, mas ainda enfático, então disse.
-Quer dizer que é esta a realidade do seu reino, a mansidão?
E a morte candidamente obtemperou.
-Você acredita nos demônios meu caro? No que ele respondeu enfaticamente.
-Sim todo dia é uma raridade que não apareçam...
E teçam esmiuçadamente seus territórios insondáveis.
Ela a suprema morte então redarguiu e aludiu enfaticamente.
-Mas é claro! Tossem fogos pelas ventas. E friamente acrescenta.
-Ali aquelas pessoas sonham em nunca me encontrar em suas presenças
Mas, continuam presos a mim entre pobres e fidalgos e eu apenas as liberto.
-E quando óbvia e finalmente me encontram...
Eu só passo a existir mesmo para os outros que me condenam.