O PASSADO, PRESENTE
Sentada em frente à penteadeira, olhando minha imagem refletida no espelho, logo me vejo com meus dezoito anos, sempre preocupada com a aparência, gostava de fazer o gênero garota rebelde, mostrando-me sempre forte e segura, pois dentro de mim havia um turbilhão de inseguranças.
Recordo-me agora de como aquela maneira arrogante de ser me privou de viver experiências muito importantes para o meu desenvolvimento como pessoa. E quantas pessoas eu feri com minhas atitudes impensadas.
Saio dos meus devaneios, olho o relógio e percebo que estou atrasada. Termino de me arrumar e desço as escadas ao lado de minha irmã, pois há horas um táxi nos aguardava, entramos e ajeitei o meu vestido para não amassar.
Logo que o táxi começou a deslizar pelo asfalto, voltou-me as lembranças do passado que ainda me perturbavam. Vi-me sentada em uma sala de aula com os pensamentos a vagar como sempre, e nele havia um garoto, que estudava comigo na mesma sala, mas ele sempre parecia estar muito distante.
Percebi alguém a me chamar e logo voltei à realidade, era ele, não podia acreditar, passamos quase um ano juntos e só agora conversávamos pela primeira vez, a partir dali travamos vários diálogos até tornarmo-nos amigos.
Com o passar do tempo fomos percebendo que não era somente amizade o que havia entre nós, mas nunca chegamos a namorar, chego à conclusão de que devido ao respeito que ele mantinha por mim, acabou me colocando em um pedestal, onde nem mesmo ele podia me alcançar.
Não suportando mais aquela situação explodi, jogando tudo o que estava sentindo para fora e acabei magoando-o, o que fez com que se afastasse de mim.
Torno à realidade e vejo-me na entrada do templo com a minha irmã a me ajeitar, começo a subir as escadas em silêncio e quando paro à porta uma sensação de paz começa a invadir-me, hoje sete anos se passaram e lá estava ele, lindo como nunca a me esperar, para juntos caminharmos em busca de nossa felicidade.