SONHO
Fui degredada de uma cidadela muy pequeña, em uma floresta. Era um lugar delicado e belo, construído de forma protetoral e concêntrica, com passeios em redor dos prédios e muitas plantas. O ânimo, da minha família e meu, era excelente. Determinavam-me sair dali imediatamente, sob pena de punição (da qual não me lembro bem).
Minha família ( pai, mãe, uma criança de colo e um irmão), me conduziu a um porto malcheiroso e movimentado donde me indicou um barco ( que tinha uma também muy pequeña tripulação), no qual eu devia seguir viagem e em seguida foi-se para adiante, distanciando-se da cidadela e de mim. Não me foi permitido seguir dentro deste barco. Porém, iria sob sua guarda. Embarcava numa canoa e descia um rio, sempre seguida pela luz o barco. No início, ainda no grande porto, vi outras embarcações, algumas muy avariadas, seguirem caminhos diversos e contrários ao meu, algumas chegando a partir em grandes velocidades. Segui, sozinha e confiante que em algum momento seria parada e levada à bordo.
Vi coisas, algumas das quais não recordo, como um grande jacaré ( de bocarra escancarada e prestes a atacar alguma coisa ou alguém, na escuridão), mas não tinha medo, até que cheguei a uma corredeira. E a correnteza, muito rápida, me fazia ganhar muita distância e velocidade, em relação ao barco. Eu ainda conseguia ouvir a voz do capitão do barco dizendo que ali era muito perigoso, mas não tinha volta. Caí numa queda d’água e quando ressurgi já era dia.
Num lugar lindo eu emergi. Havia outras duas canoas e duas mulheres ( uma mais velha e uma mais jovem) com aspecto indígena, se banhavam e se adornavam, no rio, aos pés de uma samaúma milenar. Como eram belas! Eu fui até elas, toquei num dos galhos mais delicados da árvore (como que a pedir bênçãos) e segui. Detive-me em um vilarejo à beira-d’agua para perguntar quanto tempo levaria para chegar, por terra, a minha terra natal. Recebi como resposta que em 21 horas chegaria, por terra, lá. Mas quis continuar de canoa, não sei por quê.