Evidências

Sentada em frente a janela tentando entender os pensamentos que insistem em me perturbar, minhas lágrimas começam a escorrer em meu rosto, molhando o chão lentamente.

Lembranças de sorrisos que estavam presos em meu olhar, e não consigo esquecer as evidências que me fazem sentir vontade de partir.

Queria levar para longe a tempestade que inunda meu peito, minhas feridas estão abertas, e como não cessam de sangrar me vejo perdida no meio de multidões.

Não me cabe mais em lugar nenhum, perdi o jogo para mim mesma, e as palavras fogem dos meus lábios.

Está tudo tão incerto e permanece em mim um grito desesperador de socorro, meu silêncio tem sido meu melhor amigo, e a solidão sufoca minha voz outra vez.

Essa noite sinto vontade de partir, ficar presa dentro dos meus próprios sonhos, ou talvez dentro de um paraíso criado em minhas fantasias.

Eu não tive nada, mas tinha tudo, e com quem posso contar se apenas a tristeza me acompanha, andando comigo lado a lado?

Onde estão os abraços acolhedores, e as mãos que poderiam acalmar um choro invisível?

Existem pegadas de sangue que somente os olhos de uma alma tão transparente quanto a minha poderiam ver.

Não existe luz, não existe dois caminhos, só existe escuridão e gemidos de uma dor totalmente agressiva na qual não cansa de deturpar meu coração.