A Educação Acabou!
A Educação Acabou
Chegando ao trabalho, vejo minha colega Samara em voltas com a sua monografia do tão sonhado mestrado, sentindo muitas dificuldades.
Resolvo então ajudá-la e sugiro que sigamos à UFBA para fazer uma consulta, assim prosseguimos. Ao adentrarmos no departamento de educação, nos convidaram a esperar numa sala, com cadeiras imitando as de igrejas.
Ficamos ali esperando e nossa amiga “ cafungando” sobre as dificuldades de trabalhar, estudar e ainda cuidar da família. Atrás da gente, percebi que havia duas pessoas, mas não sabia quem eram.
Diante desse problema, eu vi um sorriso inconfundível de um outro homem, que parecia ser professor do departamento, nos convidando a ir para uma outra sala, onde ele sentou numa antiga máquina de escrever, para ouvir o resto das dúvidas da colega.
Ele começou a rir novamente, escrevendo nessa máquina, parafraseando uma antiga propaganda: “ Eu seeeeeeeiiiiiii...”
Ele nos convidou a ir a outro lugar que parecia um monastério, onde sugeriu que ela fosse tirar umas cópias da de outra monografia.
Ficamos sozinhos e eu disse a ele que sabia o que ele estava pretendendo, mas não iria conseguir...
Foi quando ele pediu-me para ir à sala ao lado, mas antes tinha que calçar um chinelo estranho com tiras amarradas de barbante, dizendo que queria me mostrar o meu amor, que eu iria ter uma surpresa.
Resolvi segui-lo e vi uma antiga namorada de nome Ana, com a cabeça raspada, gorda, atirada encima de um tapete, com um menino com a síndrome de Down de pernas atrofiadas, ao me ver ela começou a chorar e perguntou se eu sabia do destino dela.
Eu falei que nunca mais tivera notícias da sua pessoa...
Ela falou que sofreu um acidente e perguntou o que eu estava sentindo ao ver aquele drama.
Disse que estava chocado com a cena, foi aí que o suposto professor começou a gargalhar, dizendo que sabia que eu iria dizer isso...
Resolvi sair para procurar minha colega Samara, pois estava demorando.
Lá na fica da copiadora, ela estava impaciente, pois o pessoal estava “furando” a fila e a pobre não saía do lugar.
Foi aí que repentinamente começou a fechar o tempo, chovendo forte e até trovejando, aparecendo repentinamente um homem negro, magro e de cabelos do estilo Black Power , parecendo Eddie Murphy.
Esse homem era cheio de poderes, deu até a entender que ele provocara aquela tempestade e agora estava destruindo a universidade.
Ele vociferava aos quatro cantos:
- A Educação Acabou!
- A Educação Acabou!
Marcelo de Oliveira Souza