Creep capítulo II
Jogou a mochila num canto e foi verificar os emails,notícias e como de hábito música alta e agitada -para sacudir o ânimo -.
A tela do notebook se iluminou e ela começa a ler as notícias: mulher morre de anemia crônica,crianças desaparecem a caminho da escola,arrombamento de criptas de políticos e celebridades.
-Definitivamente sombrio.
Segundos depois pisca no canto direito da tela,Velhos chamando,eram seus pais no messenger.
- Uma conversa de vídeo ora aleluia. Abatida não disfarçou o cansaço na voz e no semblante.
-Tudo bem mãe? -Onde estão o pai e o James?
-Estão lá fora no churrasco:você não vem não é?
_Não mãe,não pude,trabalhei até tarde varei a noite acordada e cheguei agora.
- Karyn,por Deus é o noivado do seu irmão,você tinha que estar aqui para pelo menos fingir que é desta família.
-O.K mãe,prometo que no casamento estarei aí mas agora preciso de um banho,até logo.
- Karyn,volte aqui sua malcriada,ora raios ela não vai voltar.
Desliga a cam e no teclado surge: Sua ingrata venha mesmo ou vamos te arrancar desta caverna,fique bem e até breve minha filha.
Displicente ela olha a tela e ri, apaga as luzes e vai embora.
No corredor uma daquelas mesinhas de centro,só que esta era diferente tinha patas de leão e longas garras que pareciam prender-se ao chão nenhum enfeite só um telefone em sua base e toca.
- Alô?
- Oi Karyn.
- Oi Chris,tudo bem?
-Sim,vamos tomar um vinho a equipe inteira vai estar lá.
- Me perdoe,não posso estou cansada e sem vontade,fica para outra vez,adeus.
-Agora chega vou pro banho.
Quarto.
Uma suite grande,uma cama king virada para o nascente sempre,uma janela com vitral azul escuro,hoje cerrada por pesadas cortinas de veludo vermelho escuro,um tapete persa se estendia por todo quarto, no lado oposto a cama uma penteadeira com um home theater de última geração,na parte baixa pilhas de discos e cd's,nas gavetas inúmeros pen drives assim seus discos permaneceriam intocados para sempre.
No banheiro uma jacuzzy vermelha,paredes cobertas por ladrilhos preto e brancos e um conjuto de porcelana também preto.
As roupas caem,a água morna e convidativa a faz relaxar quase adormecendo,mas derrepente a música cessa a luz levemente azulada do banheiro pisca indicando uma oscilação brusca e ela saí do seu estado quase hipnótico.
Burocraticamente terminado o banho ela levanta e sai do banheiro procurando por uma toalha,a campainha toca.
-Karyn-
Uma voz cavernosa e tétrica,e o sangue congelou,apressada ela se enrola e vai a porta, no olho mágico ninguém. No corredor de volta ao quarto uma lufada de ar frio atinge o seus rosto,janelas e portas trancadas,aquela casa grande e velha as vezes lhe pregava sustos,nada incomum.
No quarto,vai ao closet e pega um baby doll branco bordado com uma borboleta azul na altura dos seios,um short curto muito diferente dos que ela usa normalmente. Na cozinha abre a geladeira e pega uns frios,suco de uva, e uma maçã vermelha e suculenta. Não tinha percebido ainda mas estava com uma fome enorme.
O suco lhe pareceu delicioso,o sanduiche também,a maçã do jeito que ela gostava,doce,firme,comeu com gosto,foi a pia lavou a louça do lanche e voltou ao quarto,no banheiro escovou os dentes e estava pronta para dormir. Na cama estava o controle do home theater e escolheu um ábum de música clássica variada,agora tocava Sonata ao Luar de Beethoven,programou para quinze minutos era o suficiente para dormir tranquila.