O ENCONTRO – SC - 
 
Há muito Juanito havia sumido da cidade de  San Pedro do Atacama  uma cidadezinha localizada no “deserto mais alto do mundo” (2.800 m de altitude), no Atacama, no Chile.

O jovem naquela época com 25 anos era apaixonado pela imensidão de areia,  pelos segredos milenares e lendas que faziam daquele recanto do planeta um lugar especial.

Embora aconselhado pelos pais, irmãs e da namorada Soledad de enfrentar a aventura só, Juanito não lhes deu ouvido e partiu n’uma manhã de sol “caliente “ rumo ao desconhecido.

O clima do Atacama varia de 0 Graus C à noite à 40 Graus durante o dia.

Embora muito árido existem algumas pequenas lagoas de água potável pela imensidão arenosa.


Queria conhecer os vulcões:  Corona, Licancabur,Ojos de Salado e outros (todos com altitudes que variam de 5.200 m2 a 6.885m2), o gêiser de Tatio e as lagoas Miscantoi e Verde (Lagoa altiplântica na qual ocorre um fenômeno de mudança de cor).

A maior mina de cobre -  cova aberta do mundo: Chuquicamata também lhe atraía muito, o Vale da Lua o misterioso Vale da Morte,além do museu histórico e arqueológico de Padre Le Palge – que mostra a cultura atacamenha  no decorrer de  de 11.000 anos de história.

Juanito estava muito ansioso e sem temor algum partiu.

O período da viagem  fora previsto para no máximo 20 dias.

Decorridas semanas e meses sem que a família e Soledad tivessem quaisquer notícias do jovem aventureiro,decidiram então organizar uma pequena expedição familiar ao deserto para procurá-lo.

Contrataram um guia, descendente dos nativos Aymaras para ir em busca do jovem.

Foram dias e dias de caminhada pelo inferno desértico e noites de extremo desconforto.

Após 10(Dez) dias de viagem enfrentando os obstáculos do clima acharam alguns vestígios do aventureiro: farrapos de roupas,alguns pequenos objetos e ataduras esbranquiçadas.

Estavam a beira do vulcão Corona, cerca de 5.200 m de altitude.

Como já entardecia resolveram montar o acampamento perto do vulcão.
Má sorte...os ventos não lhe foram favoráveis...

Durante a madrugada ouviram terríveis estrondos e labaredas de fogo  gigantes lamberem o céu e  a larva incandescente  começava a escorrer pela encosta montanhosa.

Foi uma correria insana, tentativa de salvarem suas vidas diante da terrível e inesperada ocorrência.

Cheiro de enxofre, rochas aquecidas que derretiam com a passagem da larva incandescente.

O grupo tomado pelo horror havia se dispersado.

Soledad acordou na manhã seguinte nos braços de um ser esquisito, coberto por ataduras na cabeça , pele descorada – excessivamente alva.

- Que aconteceu perguntou a moça ao ser
surreal?

Sentiu terrível dor de cabeça e teve a resposta telepaticamente: - “estamos no centro do “Vale da Morte”, Soledad.

- Quem é você inquiriu-lhe a moça?

Lembra de alguns meses atrás? ...sou Juanito e minha curiosidade provocou a ira dos “deuses”do Atacama, e cá estou neste vale condenado a passar o resto de meus dias no deserto.

- Mas podemos achar uma saída argumentou a namorada...

- Não há saídas possíveis pois ambos fenescemos e estamos  em outra dimensão, não existe mais nada no entorno.

"Viveremos"eternamente neste vale, sem sofrer necessidades humanas alimentados apenas por nosso amor
surreal!
 


Este texto faz parte do Exercício Criativo - Surreal
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