Em tempo de coronéis.
No tempo dos coronéis, a disputa era acirrada.
Para mostrar suas forças, dominavam as cidades.
Usando de violência, com veemência e maldade.
Para quem estava doente, o remédio era paulada.
O dentista era amigo, doutor, o mais afamado.
Mandava na prefeitura, e também no delegado.
Seu parceiro era o juiz, na mesa de um cassino.
Podia matar quem fosse, ele não era assassino.
Existia o rei do gado, do café, o rei do queijo.
Tomando terra do pobre, derrotado pelo medo.
Oh meu Deus quanta loucura, viver de modo inseguro.
Aquele que abrisse a boca, eles enchiam de chumbo.
Tinha até um senhor Feudal, para juntar um casal.
Promovia a festança, com bebida e comilança.
Na alegria a dança, trazia logo a cobrança.
Primeira noite era dele.
E isto o noivo aceitava, tudo aquilo era de graça.
A noite passa depressa e logo tudo se acaba.
Amanhã pego a patroa e vou viver numa boa.
Lá na beira do riacho.