Cap 67- Entre o Céu e a Terra.

Cap 67- Entre o Céu e a Terra.

- Pra mim?

- É. Pra você. - Oliver falou, enquanto voltava para brincar com Sam.

Claire se levantou, deu uma ajeitada no cabelo, e foi para o banheiro ler.

Encostou na pia e leu:

Querida Claire,

Escrevo isso, porque tenho medo. Medo de perder você, querida.

Eu senti algo de estranho quando você saiu, com seu irmão e a Bonnie. Naquela noite, eu mal conseguira pregar o olho.

Querida, quero MUITO, Muito mesmo, que fique forte, caso aconteça alguma coisa. Sabe. A morte.

As vezes, a gente tem que aceitar que as pessoas são chamadas por Deus. Por algum motivo. Mas são chamadas.

Sei que está chorando lendo isso, e adoraria estar ao seu lado para enxugar suas lágrimas... mas... Bem, deixei isto no seu quarto, pois sabia que o Oliver estaria lá. Pedi pra ele guardar pra mim...

Querida...

Eu te amo.

E seja forte, pois, se alguma coisa me acontecer, saiba que estarei te protegendo. Hoje. Amanhã. Sempre.

Do seu papai,

John. K. Snell.

Claire estava chorando tanto, que molhou todo o bilhete.

Oliver apareceu por trás dela, sem camisa, e a abraçou.

Claire soluçou por um instante, até que Oliver levantou o rosto dela.

- Ei... não fique assim! Ele não gostaria de ver você com o rosto vermelho-camarão e a pele toda enrugada pelo sal das lágrimas!

Claire riu.

- tá vendo, como eu consigo arrancar um sorriso seu?

A garota o puxou para um beijo.

Depois que se separaram, Oliver e Claire saíram do banheiro. Sam estava deitada na cama da mãe, quieta.

Ela bateu palmas Quando viu os pais se aproximarem.

- A alegria da criança! - Oliver sorriu, pegando a garotinha no colo, enquanto Claire recolhia as roupas espalhadas daquela manhã calorosa ( e muito proveitosa).

- Vou me trocar... e por favor, abre essas janelas! - Claire falou pra Oliver

- tem algum zíper precisando de uma ajudinha pra subir?

A namorada riu.

- Estava com saudades disso.

E o beijou.

Eram quase duas da tarde, quando Claire finalmente desceu pra almoçar.

- Nossa.. descanso demorado, esse hein? - Rose falou, com um meio sorriso.

- o que que tem pra comer?

- Comida, oras!

- Eu sei, né, mãe? Mas.. e aí, como está?

Rose demorou um pouco pra responder.

- Está difícil, querida. Todas as noites quando eu olho pro lado vazio da cama, eu sinto como se ele ainda estivesse aqui... - ela deixou uma lágrima.escapar. - B-bem.. mas ele não iria nos querer chorando não é mesmo?

- Eu iria dizer a mesma coisa há exatos dois milésimos de segundo.

As duas riram.

Enquanto almoçava, Bruce e Bonnie apareceram de mãos dadas.

Eles tinham ido ao médico.

- Então, menina, o que o médico falou? - Rose olhou para Bonnie, apreensiva.

- Bem...

- Ele falou que... bem... não houve evolução no meu quadro.. o vírus está estável com os medicamentos que eu tenho tomado.

Claire sorriu.

- Que bom! Isso já é uma ótima notícia. É... bem... é isso! - Claire falou, atrapalhada.

- Oh, é sim, cabeça de abóbora seca! - Bruce falou.

Claire revirou os olhos. Parecia que finalmente estava tudo voltando aos eixos. Apesar d

a saudade que eles carregavam do John.

Mas, não podiam fazer mais nada. Apesar da Claire ainda achar que a culpa era dela.

Ele não tinha de tê-la salvado. Mas se o fez, foi porque a amava.

Ela estava pensando nisso, quando Bruce jogou água no rosto dela.

- Eeei!

- Dormindo em pé? Uma barata te morde e você nem sentiria. - Ele falou, rindo.

Ela olhou pra ele como se tivesse acabado de acordar.

- Está tão pensativa que eu estou estranhando... você nunca pensa!

- TÁ ME CHAMANDO DE BURRA?

- não quis dizer isso...eu... é na verdade um eufemismo pra tapada. Choca menos sabe?

- Idiota! - claire bateu nas costas do irmão.

- Ei ei ei.. o que é isso? - Rose olhou para os dois, com repreensão.

- Ele me chamou de burra, mãe!

- podem parar aí... Bruce você não ia fazer umas entregas na casa do Sr. Houston?

- Ah é! Volto já, esqueleto de minhoca!

- Minhoca tem esqueleto?

- Tchau Claire! - Bruce falou,enfatizando o Tchau.

Meia hora depois, quando Claire estava enxugando a louça que havia lavado, para livrar a mãe do trabalho, alguém bateu à porta.

- EEEEU ABRO! - Claire gritou para a mãe que descansava no quarto.

Enxugou as mãos e andou em direção à porta.

- VOCÊ? - ela quase caiu pra trás.

Larissa Siqueira
Enviado por Larissa Siqueira em 21/02/2014
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