Cap 65- Entre O Céu e a Terra:
Cap 65- Entre O Céu e a Terra:
- Não tenha medo. Não vou machucá-la! - Ele falou, com uma voz calma e lenta.
Claire o olhava, temerosa.
Ela se afastava a medida que ele andava em direção a ela.
- Está com medo de mim?
A garota já não tinha mais forças para responder à altura.
Ela apenas ficou calada.
- Fala alguma coisa.
Ela o ignorou.
Claire estava de costas, alisando um túmulo quando ele se aproximou grosseiramente.
- OLHA PRA MIM! - ele gritou, chacoalhando os braços da garota. Ela o olhou, assustada.
Uma onda de raiva, tomou conta dela, fazendo-a se soltar dos braços firmes de George.
- O que VOCÊ QUER? - Ela apontou pro rosto dele. - MUITA CARA DE PAU SUA VIR AQUI... Tá feliz agora? TÁ FELIZ PORQUE O INIMIGO MORTAL DO SEU PAI MORREU? - ela teve que sustentar a cachoeira de lágrimas que estava prestes a cair, com muito esforço.
- Não. Não é isso. Eu...
- VOCê... o QUÊ? VOCÊ É UM COVARDE!
George baixou a cabeça.
- Eu só vim pra dizer que sinto muito pelo seu pai e que você não matou o Nathan....
- ahh... agora é que sabe? Sério? SENTE MESMO? - Claire gritou. Sua raiva preenchia seus pulmões de ar.
- sério... eu.. eu não sabia! - George falou, se afastando ds Claire.
Já havia escurecido. Claire estava quase em pânico. Estava no cemitério, a noite, e com George. Não era um bom sinal.
Não era mesmo.
- Eu não vou te fazer mal. Olha, não tenho nada aqui! - ele falou, mostrando as palmas das mãos. Claire parecia uma aborígene perdida.
Ela ficou calada.
E então resolveu que iria
Deixar pra se despedir do pai, outra hora.
- T-tenho que ir.
- Não antes de conversarmos.. - O olhar dele era EXATAMENTE IGUAL ao olhar ameaçador de Nathan.
Claire andou na direção dele para poder sair dali. Mas ele barrou a saída.
- No.
- Por favor.. minha mãe está.... preocupada!
George a segurou firmemente.
- VOCÊ.. NÃO. VAI. A. LUGAR. NENHUM. ENTENDEU?
- Você está me machucando!
A garota já não tinha mais forças para chorar. Aquele dia já tivera esgotado todas as lágrimas dela.
- O que você quer de mim?
- Eu só quero conversar. - Ele sorriu, de modo malvado.
- Por favor, me deixa ir...
- Não até nossa conversa acabar. - George a olhava friamente.
- Você quer... falar de que, finalmente? -Claire falou, se distanciando dele.
- Hum...nós dois.
- O QUÊ?
- Eu falei que eu ainda pegaria você.. não falei?
- Se.Afasta.De.Mim.
Claire pediu, tateando qualquer coisa com os pés.
Ele estava a centimetros de distancia dela.
Claire encontrou uma pedra, e quando ele veio na direção dela, ela foi agil e se abaixou rapidamente pegando a pedra.
- calma... gata! Eu só quero uns beijinhos... calma! - Ele falou, ao vê-la com a pedra nas mãos.
George se aproximou dela, hesitante. Quando ele estava perto dr beijá-la, ela o golpeou com a pedra.
O que fez ele cair desacordado.
Tempo necessário para que ele apudesse sair dali.
Pelo fato de o cemitério ser isolado da cidade, Claire teve que cortar caminho pela mata. Ela caíra duas vezes, no percurso, arranhando o braço, e uma parte da barriga. Meia hora depois, estava entrando em casa.
Estavam reunidos na sala, Rose, Bruce e Bonnie com a pequena Sam brincando com os dedos dela.
- Querida... Graças a Deus... estávamos preocupados com você...
Mas ela não parou pra ouvi-los. Subiu as escadas correndo e entrou no quarto, trancando a porta, em seguida.
Ela desabou na cama. Chorou. Muito.
Levantou-se com os olhos vermelhos, foii até a janela, e gritou bem alto:
- PORQUEEEEEEEEEEEEEEEE??? PAPAAAAAAAAAAI! - A voz saiu quase sem forças.
Oliver aparecera ali, mas ela nem o notara. Claire acabou dormindo, sem banho, sem troca de roupa. Sem o pai.
Oliver a cobriu e a beijou na testa, com ternura.
Passaram-se dias, após a morte de John Snell, e Claire mal havia saído do luto, viajara para encontrar alguns parentes em Northville, a leste de Roseland.
A família Snell voltou, uma semana depois pra casa.
Que ainda estava vazia com a ausência de John.
Claire chegou com as malas de Samantha, e foi levando uma por uma até o quarto.
Colocou as malas na cama, e foi até o guarda roupa procurar o que vestir, naquela tarde de Julho.
Quando abriu a porta, uma enorme e pesada mala caiu próxima dos pés dela, a assustou.
Tinha um papel cuja letra estava escrito em vermelho.
PARA CLAIRE SNELL.
ela sentiu o coração palpitar.
Foi abrindo o zíper, cada vez mais nervosa, até tomar um susto:
- AAAAAAAAAAAAAAHHH! - Ela gritou.
Não era roupa ensanguentada, ratos namorando ou a arma que matou o pai dela.
Era um corpo. Esquartejado. Cortado em peda Ços. Era Ian.