Cap 64- Entre o Céu e a Terra.

Claire mal acreditava no que viu. O assassino. Christian tivera a cara de pau de aparecer no velório de John.

A garota nem pensou duas vezes. Rose tentou segurá-la, mas o ímpeto de fazer justiça a dominou:

- Filha.. não...

- OLHEM TODOS! SABE ESSE CARA AQUI? - Ela apontou pro desconhecido. Tirou os "disfarces" que ele usava para não ser reconhecido e olhou pra quem a olhava. - ESSE CARA... É UM MONSTRO! TODOS OS FIELDS SÃO... - ela não pôde conter as lágrimas. - ELE... MATOU.... MEU DIAMANTE MAIS PRECIOSO... MINHA JÓIA... - e desabou no choro. Mas antes de ir pro colo das pessoas que o ofereciam, ela Olhou firmemente nos olhos de Christian, e o bateu no rosto. Mas ele não deixou por barato. Ele deu um tapa na garota, fazendo-a cair no châo. E saiu da casa, passando pelas pessoas que observaram a cena horrorizadas.

Tentaram pegá-lo mas ele sumira feito fumaça.

Claire quase não levantara do chão. Seu choro entre soluços pela dupla dor, a fazia abraçar o chão.

- Vem querida... - uma mulher oferecera a mão para ela, que pouco depois,se levantara.

Talvez houvesse drama em.excesso ali, mas a dor era insuportável. A força com que Christian batera nela, nunca teria a mesma força da mão de John apagando as lágrimas de tristeza que muitas vezes, apareceram no rosto de Claire.

Deus fez o contrário, para Claire: primeiro, deu-lhe o presente, Sam. Para depois, tirar dela, um pai maravilhoso. TIRAR não seria a palavra correta, mas levá-lo para junto dele. Levar John para um outro estágio da vida.

Claire demoraria para entender aquilo. Ela não estava acostumada a perder alguém como john, tão precocemente.

Minutos depois, o corpo dele, chegava ali. Para poder ser levado para o cemitério, e finalmente, ser enterrado e decomposto. Para viver eternamente. Como diz a bíblia.

- PAIIIIIIIIZINHOOOOO! - Clairr gritava diante do caixão. Bruce apenas soluçava, e Rose se controlava para tentar ser forte. Mas sempre acabava chorando.

Mãos seguraram firmemente os ombros de Claire, ao chegar no cemitério. Oliver estaria com ela. Até o fim. E mesmo John não gostando muito dele, Oliver o admirava. Pelo tipo de homem que ele fora, pela família que ele soubera construir.

As pessoas acompanhavam tudo em silêncio. Claire estava apanhando os pedaços do coração dela que se partiram.

Uma última olhada no rosto sereno e tranquilo de John, a fez querer morrer também.

Mas a vida... a vida é uma sequência de acontecimentos, de estradas sem rumo, onde cada um só descobre para onde vai, quando está no meio dela.

Onde já foram deixadas pra trás mágoas, dúvidas, obstáculos e tristezas, como a de Claire. Mas a morte é difícil de cicatrizar. Quando se perde alguém, se perde um pedacinho da célula, do tecido do órgão de um sistema. É tudo muito detalhado. Quando se perde alguém, parece que um pedaço de alguém foi arracado. Isso quando se perde alguém, tipo John Snell.

Depois que John foi enterrado, a família ficou por algum tempo. Até Rose e Bruce decidirem Ir. Claire decidiu ficar. Se despedir uma última vez.

- Tem.. certeza, querida?

Claire fez que sim com a cabeça.

E Rose foi embora, com o rosto encostado nos ombros largos do filho.

Claire estava sozinha no cemitério pouco esquisito de Roseland. Ela nunca se imaginara ali.

Talvez no dia do proprio velório.

Ela nunca tinha parado pra pensar nisso.

Sentou numa pedra enorme no meio do cemitério sem graça. Estava anoitecendo.

E voltou a chorar e a pedir perdão ao pai, onde quer que ele estivesse.

Levantou-se para dar mais uma olhada no túmulo de John.

- Sinto muito pelo seu pai. - Ela ouviu uma voz falar atrás dela.

Temia que fosse alguém.para fazer mal.

Tomou um susto quando viu George Fields.