OS “BLACK FOLC”

O movimento teve origem a partir da indignação de todos, pelo desrespeito ao direito de “ir e vir”, e se alastrou para outros seguimentos igualmente desrespeitados por parte de quem deveria otimiza-los.

Marcou-se uma manifestação para protestar em defesa dos direitos, que de certa forma lhes foram subtraídos por graves interferências do homem a mão natureza.

Pela ação do homem na extração mineral, surgiram imensas crateras na natureza impossibilitando o Saci Pererê (que é deficiente físico) em ter uma plena locomoção em seu território. De uns tempos para cá, jamais se ouviu as gargalhadas destas criaturas, lhe aprisionando as planícies mais desertas e remotas da terra.

Por uma intensa poluição das fábricas, automóveis e outros agentes poluentes, criou-se um enorme buraco na camada de ozônio, causando assim graves interferências no clima e na oxigenação do ar, desta forma a Mula sem Cabeça não consegue inflamar seu pescoço, causando-lhes graves males, pois, a chama tende a se formar internamente levando a extinção da criatura.

A Comadre Fulozinha não encontra mais os cavalos para transar-lhes o rabo, nem muito menos recebe seu fumo pelas pessoas que adentram a mata, pois, já não há mais matas para se adentrar.

Sem conseguir se reproduzir por ter sido capturada por uma fazenda de jacarés, A Cuca foi obrigada a se manter emergida pelo resto de sua vida, empobrecendo o Sítio do Pica Pau Amarelo, e decepcionando nosso querido Monteiro Lobato.

De tanta poluição nos rios e seus afluentes, o Boto-cor-de-rosa ficou preto, e nunca mais fez a alegria das adolescentes ribeirinha, perdendo-se todo o glamour do banho de rio na vida selvagem.

Hoje, o Bicho Papão só existe nas grandes metrópoles sequestrando criancinhas para fins comerciais tipo: Venda de órgãos, trafico internacional de pessoas ou sequestro para um resgate em troca de dinheiro.

O Caipora está desempregado. Por ser o guardião da vida animal silvestre, ficou muito complicado tomar de conta do que não existe mais ou só existe em zoológicos, até seu porco do mato, foi submetido a um regime de engorda e vendido nas prateleiras dos supermercados.

O único dessa leva que não tem nada a reclamar é o Curupira, pois, endireitou seus pés com uma botinha ortopédica, coloriu os cabelos para cores convencionais praticamente transformando-se em “gente”. Virou político, e hoje continua açoitando, maltratando e matando as pessoas. Para os mortais, as penas, abanadores e flechas que lhes eram entregues como oferendas para que eles não nos fizessem mal, transformaram-se em propinas, mensalões e trafico de influência, causando desta forma uma proliferação desta peste, gerando revolta no folclore brasileiro e criando-se o movimento BLACK FOLC.

M. C. MEIRA 11/02/2014